domingo, 23 de maio de 2010

O Espiritismo em sua mais simples expressão 3 - Máximas Extraídas do Ensinamento dos Espíritos



Máximas Extraídas do Ensinamento dos Espíritos

35. O objetivo essencial do Espiritismo é o adiantamento dos homens. Não é necessário procurar senão o que pode ajudar ao progresso moral e intelectual.

36. O verdadeiro Espírita não é aquele que crê nas manifestações, mas aquele que aproveita o ensinamento dado pelos Espíritos. De nada serve crer, se a crença não o faz dar um passo à
frente no caminho do progresso e não o torna melhor para o seu próximo.

37. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência, são para a alma ervas venenosas das quais é necessário cada dia arrancar algum pé e que têm, como antídoto: a caridade e a humildade.

38. A crença no Espiritismo não é aproveitável senão àquele que se pode dizer: Valho melhor hoje que ontem.

39. A importância que o homem dá aos bens temporais está na razão inversa de sua fé na vida espiritual; é a dúvida sobre o futuro que leva-o a procurar suas alegrias nesse mundo, satisfazendo suas paixões, inclusive às expensas de seu próximo.

40. As aflições na Terra são os remédios da alma; elas a salvam para o futuro como uma operação cirúrgica dolorosa salva a vida de um doente e lhe devolve a saúde. Por isso o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados."

41. Nas vossas aflições, olhai abaixo de vós e não acima; pensai naqueles que sofrem ainda mais que vós.

42. O desespero é natural naquele que crê que tudo acaba com a vida do corpo; é um contra-senso naquele que tem fé no futuro.

43. O homem, freqüentemente, é o artífice de sua própria infelicidade neste mundo; que ele remonte à fonte de seus infortúnios e verá que são, para a maioria, o resultado de sua imprevidência, de seu orgulho, de sua avidez e, por conseguinte, de sua infração à lei de Deus.

44. A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele.

45. Aquele que ora com fervor e confiança é mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia os bons Espíritos para ajudálo. É um socorro que jamais é recusado quando pedido com sinceridade.

46. O essencial não é muito orar, mas orar bem. Certas pessoas crêem que todo o mérito está no tamanho da prece, ao passo que elas fecham os olhos sobre seus próprios defeitos. A prece é para elas uma ocupação, um emprego do tempo mas não um estudo de si mesmas.

47. Aquele que pede a Deus o perdão de suas faltas, não o obtêm senão mudando de conduta. As boas ações são a melhor das preces, porque os atos valem mais que as palavras.

48. A prece é recomendada por todos os bons Espíritos; ela é, por outro lado, pedida por todos os Espíritos imperfeitos como um meio de aliviar seus sofrimentos.

49. A prece não pode mudar os decretos da Providência; mas, em vendo que se interessa por eles, os Espíritos sofredores sentem-se menos abandonados; são menos infelizes; ela aumenta sua coragem, excita neles o desejo de se elevar pelo arrependimento e a reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela pode não somente aliviar, mas abreviar seus sofrimentos.

50. Orai, cada um, segundo suas convicções e o modo que acredita o mais conveniente, porque a forma não é nada, o pensamento é tudo; a sinceridade e pureza de intenção são essenciais; um bom pensamento vale mais que numerosas palavras, que se assemelham ao ruído de um moinho e onde o coração não está em nada.

51. Deus fez homens fortes e poderosos para serem o sustentáculo dos fracos; o forte que oprime o fraco é maldito de Deus; freqüentemente, disso recebe o castigo nesta vida, sem prejuízo do futuro.

52. A fortuna é um depósito do qual o possuidor não tem senão que usufruí-lo, uma vez que não o carrega com ele no túmulo; ele prestará uma conta severa do emprego que houver feito dele.

53. A fortuna é uma prova mais difícil que a miséria, porque é uma tentação para o abuso e os excessos, e é mais difícil ser moderado que ser resignado.

54. O ambicioso que triunfa e o rico que se farta de gozos materiais são mais a lamentar do que a invejar, porque é necessário ver o retorno. O Espiritismo, pelos terríveis exemplos daqueles que viveram e que vêm revelar sua sorte, mostra a verdade desta palavra do Cristo: “Aquele que se orgulha será humilhado e aquele que se humilha será elevado."

55. A caridade é a lei suprema do Cristo: "Amai-vos uns aos outros como irmãos; amai vosso próximo como a vós mesmos; perdoai os vossos inimigos; não façais a outrem o que não gostaríeis que vos fizésseis"; tudo isso se resume na palavra caridade.

56. A caridade não está somente na esmola, porque há caridade em pensamentos, em palavras e em atos. Aquela é caridade em pensamentos, que é indulgente para com as faltas de seu próximo; caridade em palavras, que não diz nada que possa prejudicar o seu próximo; caridade em ações, que assiste seu próximo na medida de suas forças.

57. O pobre que reparte seu pedaço de pão com um mais pobre do que ele é mais caridoso e tem mais mérito aos olhos de Deus que aquele que dá de seu supérfluo, sem de nada se privar.

58. Quem nutre contra seu próximo sentimentos de animosidade, de ódio, de ciúme e de rancor, não é caridoso; ele mente e se diz cristão, e ofende a Deus.

59. Homens de todas as castas, de todas as seitas e de todas as cores, todos sois irmãos, porque Deus vos chama a todos para ele; estendei-vos, pois, a mão, qualquer que seja a vossa maneira de adorá-lo e não lanceis anátema, porque o anátema é a violação da lei de caridade proclamada pelo Cristo.

60. Com o egoísmo, os homens estão em luta perpétua; com a caridade, estarão em paz. A caridade, fazendo a base de suas instituições, só ela pode, pois, assegurar sua felicidade neste mundo; segundo as palavras do Cristo, só ela pode também assegurar sua felicidade futura, porque encerra, implicitamente, todas as virtudes que podem conduzi-los à perfeição. Com a verdadeira caridade, tal qual ensinou e praticou o Cristo, não mais de egoísmo, de orgulho, de ódio, de ciúme, de maledicência; não mais de agarramento desordenado aos bens deste mundo.

Por isso o Espiritismo cristão tem por máxima:


FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.


Incrédulos! Podeis rir dos Espíritos, zombar daqueles que
crêem em suas manifestações; ride, pois, se ousais, dessa máxima que ele acaba de ensinar e que é a vossa própria salvaguarda, porque se a caridade desaparecesse de cima da Terra, os homens se dilacerariam mutuamente e seríeis deles, talvez, as primeiras vítimas. Não está longe o tempo em que esta máxima, proclamada abertamente em nome dos Espíritos, será uma prova de segurança e um título de confiança em todos aqueles que a carregarão gravada em seu coração.

Um Espírito disse: "Zombe-se das mesas girantes; não se zombará jamais da filosofia e da moral que delas decorrem".

É que, com efeito, hoje estamos longe, depois de apenas alguns
anos, desses primeiros fenômenos que serviram, por um instante, de distração aos ociosos e aos curiosos. Essa moral, dizeis, é antiquada: "Os Espíritos deveriam ter bastante espírito para nos dar alguma coisa de nova." (Frase espirituosa de mais de um crítico). Tanto melhor! Se ela é antiquada, isso prova que é de todos os tempos, e os homens não são senão culpados por não têla praticado, porque não há verdades verdadeiras senão aquelas que são eternas. Os Espíritos vêm vos chamar, não por uma revelação isolada feita a um único homem, mas pela voz dos próprios Espíritos que, semelhante à trombeta final, vêm proclamar-vos: "Crede que aqueles que chamais mortos, estão mais vivos que vós, porque eles vêem o que não vedes, ouvem o que não ouvis; reconhecei, naqueles que vêm vos falar, vossos pais, vossos amigos, e todos aqueles que amastes na Terra e que acreditáveis perdidos sem retorno; infelizes aqueles que crêem que tudo acaba com o corpo, porque serão cruelmente desenganados, infelizes aqueles que tiverem falta de caridade, porque sofrerão o que tiverem feito os outros sofrerem! Escutai a voz daqueles que sofrem e que vêm vos dizer: "Nós sofremos por termos desconhecido o poder de Deus e duvidado de sua misericórdia infinita; sofremos de nosso orgulho, de nosso egoísmo, de nossa avareza e todas as más paixões que não reprimimos; sofremos de todo o mal que fizemos aos nossos semelhantes pelo esquecimento da caridade".

Incrédulos! Dizei se uma doutrina que ensina semelhantes
coisas é risível, se é boa ou má! Não encarando-a senão do ponto de vista da ordem social, dizei se os homens que a praticassem seriam felizes ou infelizes, melhores ou maus!

O Espiritismo em sua mais simples expressão, Allan Kardec

sábado, 22 de maio de 2010

O Espiritismo em sua mais simples expressão 2 - Resumo do Ensinamento dos Espíritos


Resumo do Ensinamento dos Espíritos

1. Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. Deus é eterno, único, imaterial, imutável, todo-poderoso, soberanamente justo e bom. Deve ser infinito em todas as suas perfeições, porque supondo-se um único de seus atributos imperfeito, não seria Deus.

2. Deus criou a matéria que constitui os mundos; criou também seres inteligentes, que chamamos Espíritos, encarregados de administrarem os mundos materiais, segundo as leis imutáveis da criação e que são perfectíveis pela sua natureza. Em se aperfeiçoando, aproximam-se da divindade.

3. O espírito, propriamente dito, é o princípio inteligente; sua natureza nos é desconhecida; para nós, ele é imaterial, porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria.

4. Os Espíritos são seres individuais; têm um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, tipo da forma humana. Eles povoam os espaços, que percorrem com a rapidez do relâmpago, e constituem o mundo invisível.

5. A origem e o modo de criação dos Espíritos nos são desconhecidos; apenas sabemos que foram criados simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas, com igual aptidão para tudo, porque Deus, em sua justiça, não poderia isentar uns do trabalho que houvesse imposto aos outros para chegarem à perfeição. No princípio, estão numa espécie de infância, sem vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência.

6. O livre arbítrio se desenvolve nos Espíritos ao mesmo tempo que as idéias e Deus lhes disse: "Podeis todos pretender a felicidade suprema, quando houverdes adquirido os conhecimentos que vos faltam e cumprida a tarefa que eu vos imponho. Trabalhai, pois, para o vosso adiantamento; eis o objetivo; vós o atingireis em seguindo as leis que gravei em vossa consciência." Em conseqüência de seu livre arbítrio, uns tomam o caminho mais curto, que é o do bem, outros o mais longo, que é o do mau.

7. Deus não criou o mal; estabeleceu leis e essas leis são sempre boas, porque ele é soberanamente bom; aquele que as observasse fielmente seria perfeitamente feliz; mas os Espíritos, tendo seu livre arbítrio, nem sempre as observavam e o mal resultou, para eles, de sua desobediência. Pode-se, pois, dizer que o bem é tudo o que está conforme com a lei de Deus e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei.

8. Para concorrer, como agentes do poder divino, à obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem temporariamente um corpo material. Pelo trabalho que sua existência corpórea necessita, aperfeiçoam sua inteligência e adquirem, em observando a lei de Deus, os méritos que deverão conduzi-los à felicidade eterna.

9. A encarnação não é imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição; ela é necessária ao seu desenvolvimento e ao cumprimento das obras de Deus, e todos devem suportá-la, tomem o caminho do bem ou do mal; somente aqueles que seguem a rota do bem, avançando mais rapidamente, demoram menos a atingir o objetivo e lá chegam em condições menos penosas.

10. Os Espíritos encarnados constituem a Humanidade, que não é circunscrita à Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados no espaço.

11. A alma do homem é um Espírito encarnado. Para secundá-lo no cumprimento de sua tarefa, Deus lhe deu, como auxiliares, os animais que lhe são submissos e cuja inteligência e caráter são proporcionais às suas necessidades.

12. O aperfeiçoamento do Espírito é o fruto de seu próprio trabalho; não podendo, em uma só existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objetivo, ele o alcança por uma sucessão de existências, em cada uma das quais dá alguns passos adiante no caminho do progresso.

13. Em cada existência corpórea, o Espírito deve prover uma tarefa proporcional ao seu desenvolvimento; quanto mais ela é rude e laboriosa, mais mérito tem em cumpri-la. Cada existência, assim, é uma prova que o aproxima do objetivo. O número dessas existências é indeterminado. Depende da vontade do Espírito abreviá-lo, trabalhando ativamente pelo seu aperfeiçoamento moral; do mesmo modo que depende da vontade do obreiro, que deve realizar um trabalho, abreviar o número de dias que emprega ao fazê-lo.

14. Quando uma existência foi mal empregada, é sem proveito para o Espírito, que deve recomeçar em condições mais ou menos penosas, em razão de sua negligência e de sua má vontade; assim é que, na vida, pode-se ser constrangido a fazer, no dia seguinte, o que não se fez na véspera, ou a refazer o que se fez mal.

15. A vida espiritual é a vida normal do Espírito: ela é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira: não é senão um instante na eternidade.

16. No intervalo de suas existências corpóreas, o Espírito é errante. A erraticidade não tem duração determinada; nesse estado, o Espírito é feliz ou infeliz, segundo o bom ou o mau emprego que fez de sua última existência; ele estuda as causas que apressaram ou retardaram seu adiantamento; toma as resoluções que procurará pôr em prática na sua próxima encarnação e escolhe, ele mesmo, as provas que crê as mais próprias para seu adiantamento: mas, algumas vezes ele se engana ou sucumbe, não tendo como homem as resoluções que tomou como Espírito.

17. O Espírito culpado é punido por sofrimentos morais no mundo dos Espíritos e por penas físicas na vida corpórea. Suas aflições são a conseqüência de suas faltas, quer dizer, de sua infração à lei de Deus; de sorte que são, ao mesmo tempo, uma expiação do passado e uma prova para o futuro; assim é que o orgulhoso pode ter uma existência de humilhação, o tirano uma de servidão, o mau rico uma de miséria.

18. Há mundos apropriados aos diferentes graus de adiantamento dos Espíritos e onde a existência corpórea encontra-se em condições muito diferentes. Quanto menos adiantado é o Espírito, mais os corpos que ele reveste são pesados e materiais; à medida que ele se purifica, passa para mundos superiores moral e fisicamente. A Terra não é nem o primeiro nem o último, mas é um dos mais atrasados.

19. Os Espíritos culpados estão encarnados nos mundos menos avançados, onde expiam suas faltas pelas atribulações da vida material. Esses mundos são, para eles, verdadeiros purgatórios, mas de onde depende deles saírem, trabalhando pelo seu adiantamento moral. A Terra é um desses mundos.

20. Deus, sendo soberanamente justo e bom, não condena suas criaturas a castigos perpétuos por faltas transitórias; oferecelhes, em todo o tempo, meios de progredir e de reparar o mal que puderam fazer. Deus perdoa, mas exige o arrependimento, a reparação e o retorno ao bem; de sorte que a duração do castigo é proporcional à persistência do Espírito no mal; que, por conseqüência, o castigo seria eterno para aquele que permanecesse eternamente no mau caminho; mas, desde que um clarão de arrependimento entre no coração do culpado, Deus estende sobre ele sua misericórdia. A eternidade das penas, assim, deve ser entendida no sentido relativo e não no sentido absoluto.

21. Os Espíritos, em se encarnando, trazem com eles o que adquiriram em suas existências precedentes; é a razão pela qual os homens mostram, instintivamente, aptidões especiais, inclinações boas ou más que parecem inatas neles. As más tendências naturais são os restos das imperfeições do Espírito e das quais não está inteiramente despojado; são também os indícios das faltas que cometeu e o verdadeiro pecado original. Em cada existência, deve-se lavar de algumas impurezas.

22. O esquecimento das existências anteriores é um benefício de Deus que, em sua bondade, quis poupar ao homem as lembranças, o mais freqüentemente, penosas. A cada nova existência, o homem é o que fez de si mesmo; é para ele um novo ponto de partida, conhece seus defeitos atuais; sabe que esses defeitos são as conseqüências daqueles que tinha; disso conclui o mal que pôde cometer e isso lhe basta para trabalhar a fim de se corrigir. Se tinha outrora defeitos que não tem mais, nada tem a se preocupar com isso; ele tem muitas imperfeições presentes.

23. Se a alma jamais vivera, seria porque fora criada ao mesmo tempo que o corpo; nessa suposição, ela não pode ter nenhuma relação com aquelas que a precederam. Pergunta-se então como Deus, que é soberanamente justo e bom, pode tê-la tornado responsável da falta do pai do gênero humano, manchando-o com um pecado original que não cometeu? Em dizendo, ao contrário, que ela traz, em renascendo, o germe das imperfeições de suas existências anteriores; que ela sofre, na existência atual, as conseqüências de suas faltas passadas, dá-se ao pecado original uma explicação lógica, que cada um pode compreender e admitir, porque a alma não é responsável senão pelas suas obras.

24. A diversidade das aptidões inatas, morais e intelectuais, é a prova de que a alma já viveu; se houvesse sido criada ao mesmo tempo que o corpo atual, não seria segundo a vontade de Deus fazer umas mais avançadas que as outras. Por que os selvagens e os homens civilizados, os bons e os maus, os tolos e as pessoas de espírito? Dizendo que uns viveram mais que os outros, e mais adquiriram, tudo se explica.

25. Se a existência atual fosse única e só ela devesse decidir o futuro da alma para a eternidade, qual seria a sorte das crianças que morrem em tenra idade? Não tendo feito nem bem nem mal, não merecem nem recompensas nem punições. Segundo a parábola do Cristo, cada um sendo recompensado segundo suas obras, não tem direito à felicidade perfeita dos anjos, nem merece dela estar privado. Diga-se que poderão, numa outra existência, cumprir o que não fizeram naquela que foi abreviada, e não há mais exceção.

26. Pelo mesmo motivo, qual seria a sorte dos cretinos e dos idiotas? Não tendo nenhuma consciência do bem e do mal, não têm nenhuma responsabilidade de seus atos. Deus seria justo e bom tendo criado almas estúpidas para lhes devotar uma existência miserável e sem compensação? Admiti, ao contrário, que a alma do cretino ou do idiota é um Espírito em punição num corpo impróprio a dar seu pensamento, onde está como um homem muito aprisionado por laços, e não tereis mais nada que não esteja conforme à justiça de Deus.

27. Nas encarnações sucessivas, sendo o Espírito pouco a pouco despojado de suas impurezas e aperfeiçoado pelo trabalho, chega ao fim de suas existências corpóreas; pertence, então, à ordem dos puros Espíritos ou dos anjos e goza, ao mesmo tempo, da vida completa de Deus e de uma felicidade sem mácula pela eternidade.

28. Estando os homens em expiação na Terra, Deus, um bom pai, não os deixou entregues a si mesmos, sem guias. Primeiramente, têm seus Espíritos protetores ou anjos guardiões, que velam sobre eles e se esforçam para conduzi-los no bom caminho; têm, ainda, os Espíritos em missão na Terra, Espíritos superiores encarnados de tempos em tempos entre eles, para clarear o caminho pelos seus trabalhos e fazer a Humanidade avançar. Se bem que Deus haja gravado sua lei na consciência, acreditou devê-la formular de maneira explícita; enviou-lhes primeiro Moisés; mas as leis de Moisés eram apropriadas aos homens de seu tempo; não lhes falou senão da vida terrestre, de penas e de recompensas temporárias. O Cristo veio, em seguida, para completar a lei de Moisés por um ensinamento mais elevado: a pluralidade das existências2, a vida espiritual, as penas e as recompensas morais. Moisés conduziu-os pelo temor, o Cristo pelo amor e pela caridade. 2 Evangelho de São Mateus, Cap. XVII, v. 10 e seguintes. São João, Cap. III, v. 2 e seguintes.

29. O Espiritismo, hoje melhor compreendido, acrescenta, para os incrédulos, a evidência à teoria; prova o futuro por fatos patentes; diz, em termos claros e inequívocos, o que o Cristo disse por parábolas; explica as verdades desconhecidas ou falsamente interpretadas; revela a existência do mundo invisível ou dos Espíritos e inicia o homem nos mistérios da vida futura; vem combater o materialismo, que é uma revolta contra o poder de Deus; enfim, vem estabelecer, entre os homens, o reino da caridade e da solidariedade anunciado pelo Cristo. Moisés lavrou, o Cristo semeou, o Espiritismo vem colher.

30. O Espiritismo não é uma luz nova, mas uma luz mais brilhante, porque surge de todos os pontos do globo, pela voz daqueles que viveram. Tornando evidente o que estava obscuro, põe fim às interpretações errôneas e deve reunir os homens numa mesma crença, porque não há senão um só Deus e suas leis são para todos; enfim, ele marca a era dos tempos preditos pelo Cristo e pelos profetas.

31. Os males que afligem os homens na Terra têm por causa o orgulho, o egoísmo e todas as más paixões. Pelo contato de seus vícios, os homens se tornam reciprocamente infelizes e se punem uns pelos outros. Que a caridade e a humildade substitua o egoísmo e o orgulho, então não procurarão mais se prejudicarem; respeitarão os direitos de cada um e farão reinar, entre eles, a concórdia e a justiça.

32. Mas como destruir o egoísmo e o orgulho que parecem inatos no coração do homem? O egoísmo e o orgulho estão no coração do homem, porque os homens são Espíritos que seguiram, desde o princípio, o caminho do mal e que foram exilados na Terra em punição desses mesmos vícios; aí está ainda seu pecado original, do qual muitos não se despojaram. Pelo Espiritismo, Deus vem fazer um último apelo à prática da lei ensinada pelo Cristo: a lei de amor e da caridade.

33. Tendo a Terra chegado ao tempo marcado para se tornar uma morada de felicidade e de paz, Deus não quer que os maus Espíritos encarnados continuem aí para levar a perturbação aos bons; por isso deverão desaparecer. Irão expiar seu endurecimento em mundos menos avançados onde trabalharão de novo para seu aperfeiçoamento, numa série de existências mais infelizes e mais penosas ainda que na Terra. Formarão, nesses mundos, uma nova raça esclarecida e cuja tarefa será fazer progredir os seres atrasados que os habitam, com a ajuda de seus conhecimentos adquiridos. Daí não sairão para um mundo melhor senão quando tiverem merecimento, e assim por diante, até que atinjam a purificação completa. Se a Terra era para eles um purgatório, esses mundos serão seu inferno, mas um inferno de onde a esperança jamais está banida.

34. Ao passo que a geração proscrita vai desaparecer rapidamente, uma nova geração se eleva, cujas crenças serão fundadas sobre o Espiritismo cristão. Assistimos à transição que se opera, prelúdio da renovação moral da qual o Espiritismo marca o advento.

O Espiritismo em sua mais simples expressão, Allan Kardec

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Mãos à obra: Ação Voluntária Francisco de Assis


A caridade em ação:

Ação Voluntária Francisco de Assis

E-mail: grupofassis@brturbo.com.br
Telefone: (51) 33874404
Endereço: Av. Dr. Alberto Vianna Rosa, 246
Bairro: Morro Santana
Cidade: PORTO ALEGRE
UF: RS

Breve perfil e histórico

A Ação Voluntária Francisco de Assis surgiu da vontade de um grupo de amigos em fazer algo pelas crianças carentes da comunidade do Morro Santana. Para conseguir recurso financeiro, montou-se com doações de amigos um brechó, aberto ao público em lugar cedido por um dos voluntários. Com livros doados, foi montada uma biblioteca comunitária para ajudar as crianças da comunidade com reforço escolar. Com a adesão de mais voluntários, novas oficinas foram criadas: artesanato, hora do conto, recreação na praça. As oficinas hoje fazem parte do Projeto Renovação, sempre buscando novos voluntários que possam vir a sanar estas necessidades. O atendimento se iniciou com seis crianças e quatro voluntários. Atualmente, são atendidas 50 crianças no horário inverso ao escolar. As verbas de manutenção provêm de doações e do brechó, que até hoje sustenta a instituição, e das mãos de 47 voluntários que suavizam o trabalho de amor ao próximo.

Missão/Visão

Amparar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social; ajudar a desenvolver os valores essenciais através da educação moral, espiritual, intelectual e física, valores estes tão necessários para a formação de seres humanos melhores, a fim de que possamos ter uma sociedade mais justa.

Área de atuação

Com o Projeto Renovação, atende 50 crianças e adolescentes de 6 a 14 anos das vilas Laranjeiras, Pedreira e Tijuca, em oficinas variadas no período inverso ao escolar, promovendo o desenvolvimento emocional, moral e espiritual das mesmas, através da Oficina do Ser. Também contribui para o desenvolvimento intelectual das mesmas através das Oficinas de Educação. Estimula as atividades físicas através das Oficinas do Esporte Cooperativo. Estabelece vínculos com a leitura por meio da Biblioteca Comunitária e de ações como a Oficina Hora do Conto. Aproxima e inicia crianças e adolescentes no mundo da inclusão digital com a Oficina Teclas Magias, e realiza ainda oficinas de artesanato, educação ambiental e música. Via Atendimento Familiar, realiza palestras, coordena um grupo de ajuda e dá Auxilio Psicológico. O programa Saúde Feminina inclui consultas ginecológicas, exames preventivos do câncer de útero e mamas, distribuição de anticoncepcional e preservativo.

Público-alvo

Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e suas famílias, moradores das vilas Laranjeiras, Pedreira e Tijuca, situadas no Morro Santana, em Porto Alegre. São famílias provenientes de cidades do interior que se mudam para a capital na esperança de uma vida melhor, mas que, pela falta de oportunidades, acabam expondo seus filhos ao trabalho infantil, drogadição e prostituição, situação que vem se agravando de forma significativa. O número de crianças ameaçadas pela indiferença e descaso da sociedade ultrapassa a 2.500, todas necessitadas de atendimento.

Ajude doando mantimentos (alimentos), roupas, calçados, material escolar e utensílios. A maior carência ainda é de alimentos. Você também pode ajudar sendo um voluntário!

O Espiritismo em sua mais simples expressão 1 - histórico



Histórico do Espiritismo

Por volta de 1848, a atenção foi chamada, nos Estados Unidos da América, sobre diversos fenômenos estranhos, consistentes em ruídos, pancadas e movimento de objetos sem causa conhecida. Esses fenômenos, freqüentemente, ocorriam espontaneamente, com uma intensidade e uma persistência singulares; mas notou-se também que eles se produziam mais particularmente sob influência de certas pessoas, que se designou sob o nome de médiuns, e que podiam, de alguma sorte, provocá-los à vontade, o que permite repetir as experiências. Serviu-se, sobretudo, para isso de mesas; não que esse objeto seja mais favorável do que um outro, mas unicamente porque é o móvel mais cômodo, e que se senta, mais facilmente e mais naturalmente, ao redor de uma mesa que ao redor de qualquer outro móvel. Obteve-se, dessa maneira, a rotação da mesa, depois movimentos em todos os sentidos, sobressaltos, tombamentos, erguimentos, pancadas com violência, etc. É o fenômeno que foi designado no princípio, sob o nome de mesas girantes ou dança das mesas.

Até aí o fenômeno podia perfeitamente se explicar por uma corrente elétrica ou magnética, ou pela ação de um fluido desconhecido, e essa foi mesmo a opinião que se formou a respeito. Mas não tardou a se reconhecer, nesses fenômenos, efeitos inteligentes; assim, o movimento obedecia à vontade; a mesa se dirigia à direita ou à esquerda para uma pessoa designada, e se dirigia ao comando, sobre um ou dois pés, batendo o número de pancadas pedidas, batia o compasso, etc. Desde então ficou evidente que a causa não era puramente física, e segundo esse axioma que: se todo efeito tem uma causa, todo o efeito inteligente deve ter uma causa inteligente, concluiu-se que a causa desse fenômeno deveria ser uma inteligência.

Qual era a natureza dessa inteligência? Aí estava a questão. O primeiro pensamento foi que isso poderia ser um reflexo da inteligência do médium ou dos assistentes, mas a experiência logo demonstrou-lhe a impossibilidade, porque obtinham-se coisas completamente fora do pensamento e dos conhecimentos das pessoas presentes, e mesmo em contradição com suas idéias, sua vontade e seu desejo; ele não podia, pois, pertencer senão a um ser invisível. O meio para disso se assegurar era muito simples: tratava-se de entrar em conversação, o que se fez por meio de um número de golpes convencionados significando sim ou não, ou designando as letras do alfabeto, e se teve, dessa maneira, respostas às mais diversas perguntas que se lhe dirigia. É o fenômeno que foi designado sob o nome de mesas falantes. Todos os seres que se comunicaram desse modo, interrogados sobre a sua natureza, declararam ser Espíritos e pertencerem a um mundo invisível. Tendo os mesmos efeitos se produzido num grande número de localidades, por intermédio de pessoas diferentes, e sendo, aliás, observado por homens muito sérios e muito esclarecidos, não era possível que se fosse o joguete de uma ilusão.

Da América, esse fenômeno passou para a França e ao resto da Europa, onde, durante alguns anos, as mesas girantes e falantes foram a moda e se tornaram o divertimento dos salões; depois, quando delas se usou bastante, foram deixadas de lado, para passar a uma outra distração. O fenômeno não tardou a se apresentar sob um novo aspecto que fê-lo sair do domínio da simples curiosidade. Os limites deste resumo não nos permitindo segui-lo em todas as suas fases, passamos, sem outra transição, ao que oferece de mais característico, ao que, sobretudo, fixou a atenção de pessoas sérias.

Dizemos preliminarmente, de passagem, que a realidade do fenômeno encontra numerosos contraditores; uns, sem levar em conta o desinteresse e a honorabilidade dos experimentadores, não viram nele senão um malabarismo, um hábil jogo de escamoteação. Aqueles que não admitem nada fora do mundo da matéria, que não crêem senão no mundo visível, que pensam que tudo morre com o corpo, os materialistas, em uma palavra: aqueles que se qualificam de espíritos fortes, rejeitaram a existência dos Espíritos invisíveis na classe de fábulas absurdas; taxaram de loucos aqueles que levavam a coisa a sério e os acabrunharam com sarcasmos e zombarias. Outros, não podendo negar os fatos, e sob o império de uma certa ordem de idéias, atribuíram esses fenômenos à influência exclusiva do diabo e procuraram, por esse meio, atemorizar os tímidos. Mas hoje o medo do diabo perdeu singularmente seu prestígio; tanto dele se falou, se o pintou de tantos modos, que se está familiarizado com essa idéia e muitos se disseram que era necessário aproveitar a ocasião para ver o que ele é realmente. Disso resultou que, à parte um pequeno número de mulheres tímidas, o anúncio da chegada do verdadeiro diabo tinha alguma coisa de picante para aqueles que não o viram senão em pintura e no teatro; foi, para muitas pessoas, um poderoso estimulante; de sorte que aqueles que quiseram, por esse meio, opor uma barreira às idéias novas, foram contra seu objetivo e tornaram-se, sem o querer, agentes propagadores tanto mais eficazes quanto gritavam mais forte. Os outros críticos não tiveram maior sucesso, porque, aos fatos constatados, aos raciocínios categóricos, não puderam opor senão denegações. Lede o que publicaram. Por toda parte encontrareis a prova da ignorância e da falta de observação séria dos fatos e em nenhuma parte uma demonstração peremptória de sua impossibilidade; toda sua argumentação assim se resume: "eu não creio, portanto, isso não existe; todos os que crêem são loucos; só nós temos o privilégio da razão e do bom-senso". O número de adeptos feitos pela crítica séria ou bufa é incalculável, porque por toda parte não se encontram senão opiniões pessoais, vazias de provas contrárias. Prossigamos nossa exposição.

As comunicações por pancadas eram lentas e incompletas; reconheceu-se que, adaptando-se um lápis a um objeto móvel: cesta, prancheta ou outro, sobre o qual colocavam-se os dedos, esse objeto se punha em movimento e traçava caracteres. Mais tarde reconheceu-se que esses objetos não eram senão acessórios, os quais se podia dispensar; a experiência demonstrou que o Espírito, agindo sobre um corpo inerte para dirigi-lo à vontade poderia agir, do mesmo modo, sobre o braço ou a mão a fim de conduzir o lápis. Teve-se, então, os médiuns escreventes, quer dizer, pessoas escrevendo de modo involuntário sob o impulso de Espíritos, dos quais se achavam assim os instrumentos e os intérpretes. Desde esse momento, as comunicações não tiveram mais limites e a troca de pensamentos pôde ser feita com tanta rapidez e desenvolvimento quanto entre os vivos. Era um vasto campo aberto à exploração, a descoberta de um mundo novo: o mundo dos invisíveis, como o microscópio descobrira o mundo dos infinitamente pequenos.

Que são esses Espíritos? Que papel desempenham no universo? Com qual objetivo se comunicaram aos mortais? Tais são as primeiras perguntas que se tratava de resolver. Soube-se logo, por eles mesmos, que não são seres à parte na criação, mas as próprias almas daqueles que viveram na Terra ou em outros mundos; que essas almas, depois de se despojarem de seu envoltório corporal, povoam e percorrem o espaço. Não mais foi permitido disso duvidar quando se reconheceu, entre eles, seus parentes e seus amigos, com os quais puderam se entreter; quando estes vieram dar a prova de sua existência, demonstrar que não há de morto neles senão o corpo, que sua alma ou Espírito vive sempre, que estão ali, perto de nós, vendo-nos e observando-nos como quando vivos, cercando com sua solicitude aqueles que amaram e dos quais a lembrança, para eles, é uma doce satisfação.

Faz-se geralmente dos Espíritos uma idéia completamente falsa; eles não são como muitos os figuram, seres abstratos, vagos e indefinidos, nem qualquer coisa como um clarão ou uma centelha; são, ao contrário, seres muito reais, tendo sua individualidade e uma forma determinada. Pode-se deles fazer uma idéia aproximada pela explicação seguinte:

Há no homem três coisas essenciais: 1º a alma ou Espírito, princípio inteligente em quem residem o pensamento, a vontade e o senso moral; 2º o corpo, envoltório material pesado e grosseiro, que coloca o Espírito em relação com o mundo exterior; 3º o perispírito, envoltório fluídico, leve, servindo de laço e de intermediário entre o Espírito e o corpo. Quando o envoltório exterior está usado e não pode mais funcionar, ele cai e o Espírito dele se despoja como o fruto de sua casca, a árvore de sua crosta: em uma palavra, como se tira uma velha roupa fora de seu uso; é o que se chama a morte.

A morte, portanto, não é outra coisa senão a destruição do grosseiro envoltório do Espírito: só o corpo morre, o Espírito não morre. Durante a vida o Espírito está, de alguma sorte, comprimido pelos laços da matéria ao qual está unido e que, freqüentemente, paralisa suas faculdades; a morte do corpo desembaraça-o de seus laços; dele se liberta e recobra sua liberdade, como a borboleta saindo de sua crisálida; mas não deixa senão o corpo material; conserva o perispírito, que constitui, para ele, uma espécie de corpo etéreo, vaporoso, imponderável para nós e de forma humana, que parece ser a forma tipo. Em seu estado normal, o perispírito é invisível, mas o Espírito pode fazê-lo sofrer certas modificações que o tornam momentaneamente acessível à visão e mesmo ao toque, como ocorre para o vapor condensado; é assim que podem, algumas vezes, mostrarem-se a nós nas aparições. É com a ajuda do perispírito que o Espírito age sobre a matéria inerte e produz os diversos fenômenos de ruídos, de movimentos, de escrita, etc. (as pancadas e os movimentos são, para os Espíritos, os meios de atestarem sua presença e chamarem sobre eles, a atenção, absolutamente como quando uma pessoa bate para advertir que há alguém). Há os que não se limitam a ruídos moderados, mas que vão até fazerem um alarido semelhante ao da louça que se quebra, de portas que se abrem e se fecham, ou de móveis que tombam.

Com a ajuda dos golpes e dos movimentos convencionais, eles puderam exprimir seus pensamentos, mas a escrita lhes oferece o meio completo, o mais rápido e o mais cômodo; também é aquele que eles preferem (1). Pela mesma razão que podem levar a formar caracteres, podem guiar a mão para fazer traçar desenhos, escrever música, executar um trecho num instrumento, em uma palavra, na falta de seu próprio corpo, que não têm mais, servem-se do médium para se manifestarem aos homens de maneira sensível.

Os Espíritos ainda podem se manifestar de várias maneiras, entre outras pela visão e pela audição. Certas pessoas, ditas médiuns audientes, têm a faculdade de ouvi-los e podem, assim, conversar com eles; outros os vêem: são os médiuns videntes. Os Espíritos que se manifestam à visão, geralmente, apresentam-se sob uma forma análoga à que tinham quando vivos, mais vaporosa; outras vezes, essa forma tem todas as aparências de um ser vivo, ao ponto de iludir completamente, e que, algumas vezes, foram tomados por pessoas em carne e osso, com as quais se pôde conversar e trocar apertos de mão, sem desconfiar que se relacionava com Espíritos, de outro modo senão pelo seu desaparecimento súbito.

A visão permanente e geral dos Espíritos é muito rara, mas as aparições individuais são bastante freqüentes, sobretudo no momento da morte; o Espírito liberto parece se apressar para ir rever seus parentes e amigos, como para adverti-los que acaba de deixar a Terra e dizer-lhes que vive sempre.

Que cada um reúna suas lembranças, e ver-se-á quantos fatos desse gênero, dos quais não se dava conta, ocorreram não somente à noite, durante o sono, mas em pleno dia, no estado de vigília mais completo. Outrora olhava-se esses fatos como sobrenaturais e maravilhosos, e se os atribuía à magia e à feitiçaria; hoje os incrédulos os colocam à conta da imaginação; mas desde que a ciência espírita deu-lhes a chave, sabe-se como se produzem e que não saem da ordem de fenômenos naturais.

Crê-se ainda que os Espíritos, pelo único fato de serem Espíritos, devem ter a soberana ciência e a soberana sabedoria: foi um erro que a experiência não tardou a demonstrar. Entre as comunicações dadas pelos Espíritos, há as que são sublimes de profundeza, de eloqüência, de sabedoria, de moral, e não respiram senão a bondade e a benevolência; mas, ao lado disso, há as muito vulgares, levianas, triviais, grosseiras mesmo, e pelas quais o Espírito revela os instintos mais perversos. É, pois, evidente que elas não podem emanar da mesma fonte e que, se há bons Espíritos, os há também maus. Os Espíritos, não sendo outra coisa que a alma dos homens, não podem naturalmente tornarem-se perfeitos deixando seu corpo; até que hajam progredido, conservam as imperfeições da vida corpórea; por isso, se os vê em todos os graus de bondade e de maldade, de saber e de ignorância.

Os Espíritos se comunicam, geralmente, com prazer e para eles é uma satisfação ver que não foram esquecidos; descrevem voluntariamente suas impressões em deixando a Terra, sua nova situação, a natureza de suas alegrias e de seus sofrimentos no mundo dos Espíritos onde se encontram; uns são muito felizes, outros infelizes, alguns mesmo suportam tormentos horríveis, segundo a maneira pela qual viveram e o emprego bom ou mau, útil ou inútil que fizeram da vida. Em os observando em todas as fases de sua nova existência, segundo a posição que ocuparam na Terra, seu gênero de morte, seu caráter e seus hábitos como homens, chega-se a um conhecimento senão completo, pelo menos bastante preciso, do mundo invisível, para se dar conta do nosso estado futuro e pressentir a sorte feliz ou infeliz que ali nos espera.

As instruções dadas pelos Espíritos de uma ordem elevada, sobre todos os assuntos que interessam à Humanidade, as respostas que deram às perguntas que lhes foram propostas, tendo sido recolhidas e coordenadas com cuidado, constituem toda uma ciência, toda uma doutrina moral e filosófica sob o nome de Espiritismo. O Espiritismo é, pois, a doutrina fundada sobre a existência, as manifestações e o ensinamento dos Espíritos. Essa doutrina se acha exposta, de maneira completa, em O Livro dos Espíritos para a parte filosófica, em O Livro dos Médiuns para a parte prática e experimental, e em O Evangelho Segundo o Espiritismo para a parte moral. Pode-se julgar, pela análise que damos adiante dessas obras, da variedade, da extensão e da importância das matérias que elas abarcam.

Assim como se viu, o Espiritismo teve seu ponto de partida no fenômeno vulgar das mesas girantes; mas como esses fatos falam mais aos olhos que à inteligência, que despertam mais curiosidade que sentimento, a curiosidade satisfeita, se tem tanto menos interesse neles quanto não se os compreenda. Não ocorreu o mesmo quando a teoria veio explicar-lhes a causa; quando, sobretudo, viu-se que dessas mesas girantes, com as quais se divertiu por um instante, saiu toda uma doutrina moral falando à alma, dissipando as angústias da dúvida, satisfazendo a todas as aspirações deixadas no vago por um ensinamento incompleto sobre o futuro da Humanidade, as pessoas sérias acolheram a nova doutrina como um benefício e, desde então, longe de declinar, ela cresce com uma rapidez incrível; no espaço de alguns anos, ela reuniu, em todos os países do mundo e, sobretudo, entre as pessoas esclarecidas, inumeráveis partidários que aumentam todos os dias numa proporção extraordinária, de tal sorte que, hoje, pode-se dizer que o Espiritismo conquistou direito de cidadania; e está assentado sobre bases que desafiam os esforços de seus adversários mais ou menos interessados em combatê-lo; a prova disso é que os ataques e críticas não afrouxaram sua marcha um só instante: este é um fato adquirido pela experiência e do qual os opositores jamais puderam dar razão; os espíritas dizem, muito simplesmente, que se ele se propaga, apesar da crítica, é que se o acha bom e que se prefere seu raciocínio ao dos contraditores.

O Espiritismo, todavia, não é uma descoberta moderna; os fatos e os princípios sobre os quais repousam, perdem-se na noite dos tempos, porque se lhes encontram os traços nas crenças de todos os povos, em todas as religiões, na maioria dos escritos sagrados e profanos; somente os fatos, incompletamente observados, freqüentemente foram interpretados segundo as idéias supersticiosas da ignorância, e não lhes foram deduzidas todas as conseqüências.

Com efeito, o Espiritismo está fundado sobre a existência de Espíritos, mas os Espíritos, não sendo outros que as almas dos homens, desde que há homens há Espíritos; o Espiritismo não os descobriu, nem os inventou. Se as almas ou Espíritos podem se manifestar aos vivos, é porque isso está na Natureza e, desde então, deveram fazê-lo de todos os tempos; também de todos os tempos e por toda parte encontram-se as provas dessas manifestações, que são muitas, sobretudo nos relatos bíblicos.

O que é moderno é a explicação lógica dos fatos, o conhecimento mais completo da natureza dos Espíritos, de seu papel e de seu modo de ação, a revelação de nosso estado futuro, enfim sua constituição de corpo de ciência e de doutrina e suas diversas aplicações. Os Antigos conheciam o princípio, os Modernos conhecem os detalhes. Na antigüidade, o estudo desses fenômenos era o privilégio de certas castas, que não os revelavam senão aos iniciados nos seus mistérios; na idade média, aqueles que deles se ocupavam ostensivamente eram olhados como feiticeiros e queimados; mas hoje não há mistérios para ninguém, não se queima mais ninguém; tudo se passa à luz do dia e todo o mundo está em condições de se esclarecer e de praticar, porque os médiuns se encontram por toda parte.

A própria doutrina que os Espíritos ensinam hoje nada tem de nova; se a encontra, por fragmentos, na maioria dos filósofos da Índia, do Egito e da Grécia, e toda inteira no ensinamento do Cristo. Que vem, pois, fazer o Espiritismo? Ele vem confirmar por novos testemunhos, demonstrar por fatos, verdades desconhecidas ou mal compreendidas, restabelecer, em seu verdadeiro sentido, aquelas que foram mal interpretadas.

O Espiritismo nada ensina de novo, é verdade; mas é nada provar, de maneira patente, irrecusável, a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo, sua individualidade depois da morte, sua imortalidade, as penas e as recompensas futuras? Quantas pessoas crêem nessas coisas, mas nela crêem com vago preconceito de incerteza e se dizem eu seu foro íntimo: "Se, todavia, isso não o for!" Quantos foram conduzidos à incredulidade porque se lhes apresentou o futuro sob um aspecto que sua razão não podia admitir! Não é, pois, nada para o crente vacilante poder dizer-se: "Agora estou seguro!", que o cego reveja a luz! Pelos fatos e pela sua lógica, o Espiritismo vem dissipar a ansiedade da dúvida e conduzir à fé aqueles que dela se afastaram; em nos revelando a existência do mundo invisível que nos cerca e no meio do qual vivemos sem disso nos dar conta, faz-nos conhecer pelo exemplo daqueles que viveram, as condições de nossa felicidade ou de nossa infelicidade futuras; explica-nos a causa de nossos sofri mentos neste mundo e o meio de abrandá-los. Sua propagação terá por efeito inevitável a destruição das doutrinas materialistas que não podem resistir à evidência. O homem, convencido da grandeza e da importância de sua existência futura, que é eterna, compara-a à incerteza da vida terrestre, que é tão curta, e se eleva, pelo pensamento, acima das mesquinhas considerações humanas; conhecendo a causa e o objetivo de suas misérias, suporta-as com paciência e resignação, porque sabe que elas são um meio para chegar a um estado melhor. O exemplo daqueles que vêm de além-túmulo descrever suas alegrias e suas dores, provando a realidade da vida futura, ao mesmo tempo, prova que a justiça de Deus não deixa nenhum vício sem punição, nem nenhuma virtude sem recompensa. Acrescentemos, enfim, as comunicações com os seres queridos, que já partiram, que proporcionam uma doce consolação, provando não somente que eles existem, mas que se está menos separado do que se estivessem vivos e num país estrangeiro.

Em resumo, o Espiritismo abranda a amargura dos desgostos da vida; acalma os desesperos e as agitações da alma, dissipa as incertezas ou os terrores do futuro, detém o pensamento de abreviar a vida por suicídio; por isso mesmo, torna felizes aqueles que nele penetram e aí está o grande segredo de sua rápida propagação.

Do ponto de vista religioso, o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras; mas ele é independente de todo culto particular. Seu objetivo é provar, àqueles que negam ou que duvidam, que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo; que ela suporta, depois da morte, as conseqüências do bem e do mal que fez durante a vida corpórea; ora, isto é de todas as religiões.

Como crença nos Espíritos, é igualmente de todas as religiões, do mesmo modo que é de todos os povos, uma vez que, por toda parte que haja homens, há almas ou Espíritos, que as manifestações são de todos os tempos, e que o relato se encontra em todas as religiões sem exceções. Pode-se, pois, ser católico, grego ou romano, protestante, judeu ou muçulmano, e crer nas manifestações dos Espíritos, e, por conseqüência, ser Espírita; a prova é que o Espiritismo tem adeptos em todas as seitas.

Como moral, ele é essencialmente cristão, porque a que ele ensina não é senão o desenvolvimento e a aplicação da do Cristo, a mais pura de todas e cuja superioridade não é contestada por ninguém, prova evidente de que ela está na lei de Deus; ora, a moral é para o uso de todo o mundo.

O Espiritismo, sendo independente de toda forma de culto, não prescreve nenhum deles e não se ocupa de dogmas particulares, não é uma religião especial, porque não tem nem seus sacerdotes e nem seus templos. Àqueles que lhe perguntam se fazem bem seguir tal ou tal prática, ele responde: Se credes vossa consciência induzida a fazê-lo, fazei-o: Deus tem sempre em conta a intenção. Em uma palavra, ele não se impõe a ninguém; não se dirige àqueles que têm a fé, e a quem esta fé basta, mas à numerosa categoria dos incertos e dos incrédulos; ele não os arrebata da Igreja, uma vez que dela estão separados moralmente no todo ou em parte: lhes é necessário fazer três quartas partes do caminho para nela entrarem; cabe a ela fazer o resto.

O Espiritismo combate, é verdade, certas crenças tais como a eternidade das penas, o fogo material do inferno, a personalidade do diabo, etc; mas não é certo que, essas crenças, impostas como absolutas, em todos os tempos fizeram incrédulos e o fazem todos os dias? Se o Espiritismo, dando a esses dogmas e a alguns outros uma interpretação racional, conduz à fé aqueles que dela desertaram, não presta serviço à religião? Também um venerável eclesiástico dizia a esse respeito: "O Espiritismo faz crer em alguma coisa; ora, é melhor crer em alguma coisa que nada crer de tudo."

Os Espíritos, não sendo outros que as almas, não se pode negar os Espíritos sem negar a alma. Admitindo-se as almas, ou os Espíritos, a questão, reduzida à sua mais simples expressão, é esta: As almas daqueles que morreram podem se comunicar com os vivos? O Espiritismo prova a afirmativa por fatos materiais; que prova se pode dar de que isso não seja possível? Se isso for, todas as negações do mundo não impedirão que isso seja, porque não é nem um sistema, nem uma teoria, mas uma lei da Natureza; ora, contra as leis da Natureza, a vontade do homem é impotente; é necessário, por bem ou por mal, aceitar-lhe as conseqüências e a elas conformar suas crenças e seus hábitos.

(1) Ocorre o mesmo para a palavra

O Espiritismo em sua mais simples expressão, Allan Kardec

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O modelo mais perfeito que conhecemos


"625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?

'Jesus.'

Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.

Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm transviado, ensinando-lhe falsos princípios, isso aconteceu por haverem deixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanas estatuídas para servir às paixões e dominar os homens."

Livro dos Espíritos, Allan Kardec

Livro: sinopse de "Nos domínios da mediunidade"


Trazemos ao nosso blog de estudos mais uma sinopse feita pelo irmão Eurípedes Kühl, desta vez da obra "Nos domínios da mediunidade", excelente livro utilizado para o estudo e compreensão dos fenômenos mediúnicos.

Nos domínios da mediunidade

Título: "NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE" – Edição consultada: 8ª Edição/1976
Autor: Espírito ANDRÉ LUIZ (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro)
Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em 1954).
Edição: Primeira edição em 1954, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ)
Nota: Até 2002 já haviam 29 reedições, num total de 348.000 exemplares.

Conteúdo doutrinário:
ANDRÉ LUIZ, com sua abençoada perspicácia, dedicou esta obra inteiramente à mediunidade, com isso ofertando-nos a visão “do Céu para a Terra”, em contraponto à visão “da Terra para o Céu”.
Em vários pontos, cita o papel da Ciência na jornada evolutiva do Espírito e explica: a Ciência, buscando compreender cada vez mais os fatos da alma humana — muitos deles, na verdade, ligados ao intercâmbio dos dois Planos — , vem compreendendo as sublimes nuanças da mediunidade. Por enquanto, nomeia tais fatos com palavras algo complicadas, mas que não passam de rótulos... Contudo, sendo o progresso Lei Divina, não tardará a identificar que o intercâmbio com o Plano Espiritual é manancial inapreciável de possibilidades construtivas da pax omnium (paz de todos), que nada mais é do que a somatória da pax personæ ad persona (paz de pessoa a pessoa).
E complementa: Vida e Morte, berço e túmulo, experiência e renovação, nada mais são do que simples etapas seqüenciais do progresso espiritual, expressando-se, pujantes, num “hoje imperecível”. Na verdade, nossa mente é o nosso endereço e nossos pensamentos são as nossas criações de luz e sombra, de liberdade ou escravidão, de paz ou tortura.
Dessa forma, a orientação aqui exposta para uma próspera vivência dos fenômenos mediúnicos, para cada médium e para toda a Humanidade, repousa na vivência dos ensinos de Jesus, inscritos na consciência e no coração de cada um de nós, médiuns ou não...

SINOPSE - Capítulo a capítulo
Cap 1 – Estudando a mediunidade – André Luiz, Hilário e dezenas de outros Espíritos, num curso rápido de ciências mediúnicas, assistem à palestra do Instrutor Albério, que esclarece ser a mente a base de todos os fenômenos mediúnicos. Na família terrena, que é a própria Humanidade, agimos e reagimos uns sobre os outros, através da energia mental em que nos renovamos constantemente... Assim, criamos, alimentamos e destruímos formas e situações, paisagens e coisas, com o que estrutura-mos nossos destinos. A mente é um núcleo de forças inteligentes que geram sutil plasma, o qual, ao exteriorizar-se, oferece recursos ao que pensamos. No mundo mental do agente um eventual recipiente pode interpretar os pensamentos recebidos, limitando-os à sua capacidade. “Vibrações compensadas”, ao contrário, exprimem valores mentais de qualidades idênticas. Ao médium compete elevar seu padrão, pelo estudo e prática de virtudes, para só assim recolher mensagens das Grandes Almas.

Cap 2 – O psicoscópio – Especializando conhecimentos sobre mediunidade, A.Luiz e Hilário recebem do Assistente Áulus a descrição de um aparelho pequeno e leve, na forma de uma pasta, denominado “psicoscópio”. Esse aparelho possibilita identificar as vibrações da alma e observar a matéria, tudo isso sem grande concentração mental. Com ele, os Espíritos classificam, de imediato, as possibilidades de um médium ou de um grupo mediúnico, segundo as radiações que projetam: a moralidade, o sentimento, a educação e o caráter. Os três Espíritos (Áulus, A.Luiz e Hilário) se dirigem ao plano terreno e adentram numa “casa espírita-cristã”. A.Luiz e Hilário deslumbram-se ao utilizarem o psicoscópio e verificar a harmonia dos dez médiuns, a se expressar por um sublime espetáculo de luzes, de ambos os Planos da vida. Vêem raios vitais do Plano terreno que Áulus denominou de “raios ectoplásmicos”.

Cap 3 – Equipagem mediúnica – É feita apresentação dos médiuns que formam o grupo mediúnico no qual A.Luiz e Hilário irão permanecer em estágio de aprendizado, sob assistência de Áulus.
A “ficha psicoscópica” demonstra a natureza dos pensamentos do Espírito focalizado. É esclarecida a importância do cérebro, onde se concentram todas as manifestações da individualidade, a governar as ações oriundas dos estímulos da alma, a partir dos pensamentos. É citado o perigo que ronda os médiuns que se julgam donos de recursos espirituais que não lhes pertencem.

Cap 4 – Ante o serviço – Os expositores evangélicos (de todas as religiões) são comparáveis a técnicos eletricistas, a desligar “tomadas mentais” de encarnados e desencarnados, através das suas boas palavras contendo princípios libertadores na esfera do pensamento. Por isso, são alvo de Espíritos vampirizadores que a eles se opõem ferreamente, às vezes, provocando sono nos ouvintes... Espíritos necessitados trazidos à reunião apresentavam lesões perispirituais (mutilações, ulcerações, paralisias). Há descrição de dois casos sobre hipnotismo e obsessão: o primeiro, ligado a vigorosa sugestão pós-hipnótica (gerando amnésia) e o segundo, versando sobre força hipnotizante (acatamento de sugestão de maldição e conseqüente concretização dessa maldição).

Cap 5 – Assimilação de correntes mentais – A.Luiz utiliza o psicoscópio em encarnados. São descritos os preparativos espirituais para uma reunião mediúnica: o dirigente espiritual atenua seu tom vibratório para se compatibilizar com o do dirigente encarnado, transferindo-lhe energia mental, que se traduzia por forças que resultavam em palavras e raios luminosos. É explicitado como cada pensamento tem peso próprio, conforme seja de crueldade, revolta, tristeza, amor, compreensão, alegria, etc., expressos pela onda mental (em palavras orais ou escritas).
Há valiosa explicação de como perceber e identificar o teor de interferências em nossa mente.

Cap 6 – Psicofonia consciente – É descrito um caso de obsessão por paixão. A psicofonia é descrita de forma simples, qual processo de enxertia neuropsíquica. O médium “empresta” seu órgão vocal e possibilidade das sensações, mas permanece no comando firme da vontade, limitando caprichos e excessos, mantendo dessa forma a dignidade do trabalho caridoso e do próprio recinto. O Mentor espiritual recomenda a abstenção de perguntas ao visitante espiritual necessitado (com alienação mental) perguntas essas que procurassem identificá-lo. Se um psicofônico em serviço duvidar de sua mediunidade o visitante espiritual que estiver atendendo será expulso e o socorro se tornará anulado.

Cap 7 – Socorro espiritual – Este capítulo se constitui em preciosa aula de como doutrinar um Espírito sofredor e irônico. É descrito o processo de regressão de memória (no Plano Espiritual), com ajuda de uma tela (de um metro quadrado, aproximadamente) formada de gaze tenuíssima. O aparelho se denomina “condensador ectoplasmático” e funciona sob apoio dos médiuns. As cenas vistas pelo protagonista — o Espírito necessitado — são também percebidas intuitivamente pelo doutrinador, possibilitando-lhe o amparo adequado.

Cap 8 – Psicofonia sonambúlica – Foi trazido à reunião mediúnica um Espírito infeliz que há mais de dois séculos permanecia estagnado no egoísmo e apegado aos bens materiais. Foi atendido por médium psicofônica passiva (exteriormente), mas com absoluto controle moral do exercício mediúnico no qual se manteve presente e responsável. Quando a pessoa que é médium de psicofonia não possui méritos morais para a autodefesa, pode ser levada à possessão...

Cap 9 – Possessão – Vemos aqui a inconveniência da presença na reunião mediúnica de pessoas necessitadas, principalmente as epilépticas. Nesses casos, geralmente ocorrem crises de epilepsia, por possessão espiritual, que é detalhada neste capítulo. Tal crise, que pela medicina terrestre é um ataque epiléptico, contudo, para o Plano espiritual, é considerada um “transe mediúnico de baixo teor”. No caso focalizado neste capítulo, quando o Espírito obsessor é admitido na reunião ocorre grave cri-se orgânica no obsidiado.

Cap 10 – Sonambulismo torturado – Novamente se confirma a inconveniência de encarnados obsidiados assistirem à reunião mediúnica. Neste capítulo, com a chegada do Espírito perseguidor, a mulher perseguida (encarnada), presente, começa a gritar, transfigurada, contorcendo-se em pranto convulsivo, tendo a respiração sibilante e opressa.
Obs 1 – Nem precisamos alongar considerações, pois é evidente o perigo que tais acontecimentos podem representar para o encarnado, além do potencial desequilíbrio que tende a colocar em risco o clima vibratório da reunião mediúnica. A ajuda ao encarnado necessitado será produtiva com o seu encaminhamento às palestras evangélicas, à recepção de passes, ao engajamento em atividades assistenciais, ao estudo doutrinário constante e principalmente, por preces e auto-reforma.
Obs 2 – Novamente(*) vemos citação da aplicação de eletrochoque em pessoas com crises histéricas (dementes). Tal recurso médico, atualmente, se mostra improdutivo e mesmo contra-indicado.
(*) No livro “No Mundo Maior”, Cap. 7, foi citado o eletrochoque e na respectiva sinopse anotamos:
Atualmente, são outros os conceitos sobre o tratamento por choque elétrico, que tiveram seu emprego consideravelmente restringido após o progresso da psicofarmacologia.

Cap 11 – Desdobramento em serviço – É descrito detalhadamente o fenômeno de desdobramento do médium, seguido de psicofonia, tudo sob ação do Plano Espiritual. Há referências sobre o “duplo etérico”, aqui considerado como “eflúvios vitais” situados entre a alma e o corpo. O duplo etérico se desintegra com a morte física.

Cap 12 – Clarividência e clariaudiência – A fluidificação da água é mostrada, sendo relatados os benefícios de medicação que promove. A clarividência e a clariaudiência são faculdades mediúnicas de percepção mental. Surdos e cegos encarnados podem ouvir e ver através de outros recursos, se convenientemente educados para isso(!). Há preciosa lição sobre os sentidos físicos e a mente. Formas-pensamento positivas criadas por Mentor espiritual são vistas por médiuns clarividentes. Por esse mesmo processo obsessores sugerem às suas vítimas impressões alucinatórias.

Cap 13 – Pensamento e mediunidade – Este capítulo é dedicado a uma sublime preleção de um Espírito muito evoluído, no encerramento da reunião mediúnica. Constitui, para todos nós, verdadeira metodologia científica espírita para a renovação íntima e progresso espiritual.
A renovação mental é tida como o único meio de recuperação da harmonia, particularmente nos casos de “mediunidade torturada”. A educação mediúnica, a leitura de livros de autoria dos orientadores do progresso, a bondade — a elevação de si mesmo, enfim —, tais os deveres do bom médium.
“Amor e sabedoria: asas para o vôo definitivo, no rumo da perfeita comunhão com o Pai Celestial”.

Cap 14 – Em serviço espiritual – Vemos aqui o caso de um marido temperamental e atrabiliário que cedo desencarnou e a seguir tentou transformar a viúva em serva, não o conseguindo, sendo ela médium vigilante, de excelsas virtudes. Em conseqüência, tal marido estagiou em zonas purgatoriais até reconsiderar suas atitudes. Aí, então, passou a contar com o auxílio da ex-esposa (embora não seja regra, foi-lhe permitido semanalmente se aproximar do antigo lar), onde a acompanha no culto íntimo da oração e nas tarefas mediúnicas.
É citado o “piche gaseificado” que predomina nos ambientes trevosos.
Há proveitosa lição sobre obsessão recíproca entre encarnado e desencarnado.

Cap 15 – Forças viciadas – Vampirismo sobre alcoólatras e fumantes... Apontamentos sobre a inexorabilidade da Lei de Ação e Reação, por meio de dolorosas reencarnações às “almas necrosadas nos vícios”: mongolismo, hidrocefalia, paralisia, cegueira, epilepsia secundária, idiotismo, aleijão de nascença... são recursos angustiosos, mas necessários. É citado o exemplo de um hábil médium psicógrafo que, bebendo e fumando num restaurante, escrevia idéias escabrosas que captava de um infeliz Espírito ao qual estava imantado. O objetivo desse obsessor era perturbar uma jovem encarnada, envolvida com um crime. Em oposição a esse triste quadro a equipe espiritual, com A.Luiz, vê uma ambulância passar por eles e nela um médico acompanhado de um Espírito que lhe envolvia a cabeça em “roupagem lirial, com suaves irradiações calmantes de prateada luz”.

Cap 16 – Mandato mediúnico – Narração de como é realizada a segurança da reunião mediúnica, a cargo do Plano Espiritual e como uma médium dedicada, com ideal de amor, é assistida pelos Benfeitores espirituais. É-nos mostrado como proceder no atualmente chamado “atendimento fraterno”, a desenrolar-se nos dois Planos, sem individualizar o auxílio, mas com sugestões evangélicas tendo endereço certo, aos necessitados.
Vários obsessores “procuravam hipnotizar suas vítimas precipitando-as no sono provocado, para que não tomassem conhecimento das mensagens transformadores ali veiculadas pelo verbo construtivo”.
Notável citação é a do “espelho fluídico” a mostrar aos Espíritos protetores o perispírito da pessoa ausente para a qual alguém formulara petição, por escrito: vendo as necessidades, inspiravam a médium psicografa a anotar a orientação e o atendimento adequados.
O “mandato mediúnico”, aqui largamente explicitado, constitui inapreciável condição do médium compromissado com o dever, mas sobretudo com o Evangelho de Jesus.
As instruções têm clareza e ao mesmo tempo advertências, sendo lição imperdível a todos os médiuns.

Cap 17 – Serviço de passes – São oportunas as instruções deste capítulo, versando sobre passes e passistas. Tantas e sublimes são as explicações que impedem a síntese. Não obstante, eis os tópicos:
- “toque desnecessário”; chispas luminosas saindo das mãos; energias circulando da mente do passista às suas mãos; força magnética isenta de moral; médium curador sem moral, resvalando para situações difíceis; necessidade do estudo pelo médium; força da prece sincera; recepção positiva e negativa por parte do paciente; causas espirituais das doenças; a cura pela renovação dos pensamentos; passes à distância.

Cap 18 – Apontamentos à margem – Nem sempre a solicitação de um encarnado (para ter notícias de ente amado que desencarnou), pode ser atendida... a benefício de ambos.
Novos apontamentos sobre a caridade de Jesus, o Espiritismo e a mediunidade.

Cap 19 – Dominação telepática – Numa traição conjugal, o cônjuge traído se ressente da influência perturbadora, pois o casal respira em regime de clima espiritual mútuo. Detectada a traição, só o perdão incondicional pode imunizar aquele que está sendo traído, beneficiando-o com a paz da consciência. Nesses acontecimentos, tão generalizados, o lar se transforma em trincheira de lutas, campeando angústias e repulsão, a desaguarem nas tormentosas águas da obsessão.

Cap 20 – Mediunidade e oração – Valiosos são os apontamentos sobre o casamento e o perdão, quando o lar vivencia traição de um cônjuge... Diz o Mentor Áulus: A vingança é a alma da magia negra. Mal por mal, significa o eclipse absoluto da razão(!).
Pela prece, o ofendido não muda os fatos, mas modifica a si mesmo, obtendo forças e amparo espirituais para administrar evangelicamente a crise conjugal.

Cap 21 – Mediunidade no leito de morte – Uma moribunda invigilante atrai o Espírito do filho (desencarnado) e imanta-se a ele, num verdadeiro transe mediúnico altamente prejudicial a ambos: o filho era alcoólatra e morreu assassinado. Em conseqüência dessa simbiose mental, imprudentemente autoconvocada e instalada, essa mãe passa a ter visões que são do desencarnado (perseguidores, serpentes e aranhas). Contudo, a lição prova, mais uma vez, que de todo mal Deus tira um bem: a ajuda do Plano Espiritual nos momentos finais é aqui repetida.
O capítulo descreve o rotineiro caso de comunicação nas ocorrências de morte: a moribunda, num sobresforço final, ainda como encarnada, consegue ir em perispírito visitar a irmã consangüínea que lhe restava na Terra, a qual, por sua vez, registra tal visita e depreende que a visitante morrera...

Cap 22 – Emersão no passado – Uma médium revive cenas do seu passado infeliz e apresenta um quadro de animismo. Não se trata de mistificação inconsciente ou subconsciente, mas sim de emersão no passado, tal fato caracterizando uma doente mental, necessitada de auxílio evangélico, qual se fosse uma sofredora desencarnada, visitando a reunião mediúnica. No caso, muito comum entre encarnados, era alguém que renasceu pela carne, sem renovar-se em espírito, tal como acontece com mendigos que reencarnam envergando o esburacado manto da fidalguia efêmera que envergaram outrora!

Cap 23 – Fascinação – Um doloroso caso de mediunidade destrambelhada, sob ação cruel de um obsessor desencarnado, põe a descoberto fatos infelizes que já duram um milênio(!). A vítima de uma vingança, uma médium, tem tanta sintonia com seu algoz, que retransmite palavras num dialeto já morto, usado ao tempo passado no qual ambos se acumpliciaram em crime. Esse fenômeno caracteriza a “mediunidade poliglota” ou xenoglossia. De igual processualística ocorre a mediunidade pela qual um médium psicógrafo registra texto em idioma que lhe é desconhecido (na atual existência...).

Cap 24 – Luta expiatória – É analisado o caso de uma pessoa que quando desencarnada esteve sintonizada e subjugada por Espíritos delinqüentes. Ao reencarnar, essa pessoa trouxe deficiências orgânicas. A mediunidade entre familiares é exposta com preciosas advertências, eis que quase sempre, num lar, reencontram-se Espíritos que no passado vivenciaram desajustes, ou que tenham se unido para desajustar o próximo. Então, num e noutro caso, entre quatro paredes — no lar — o clima obsessivo resultante desse reencontro (proporcionado pela caridade de Deus, via reencarnação) tem abençoadas e múltiplas oportunidades de reconstrução, individual e familiar, com a conquista da paz.

Cap 25 – Em torno da fixação mental – A invigilância moral e os descaminhos dela resultantes geram angústias que, sem esforço, não se dissipam: ao contrário, fixam-se na mente de quem assim procede. Isso pode demorar séculos (cristalização do e no tempo), gerando “múmias espirituais”, isto é, Espíritos hibernados no autodesequilíbrio. Por isso é que ocorrem as reencarnações compulsórias e difíceis, a benefício desses prostrados na evolução, a título de doce constrangimento (processo de re-equilíbrio) da dor. A fixação mental gera os padecimentos da amnésia, esquizofrenia e paranóia.
Obs – Sob risco de estarmos equivocados, conjeturamos que também o autismo é um dos retratos fiéis do quadro espiritual da fixação mental prolongada.

Cap 26 – Psicometria – Num museu: alguns objetos apresentam-se revestidos de fluidos opacos, fruto das multiplicadas lembranças dos que os possuíram (encarnados ou desencarnados). A imanação de objetos pela força mental sobre eles impregna-os de formas-pensamento, as quais, o médium psicômetra pode conhecer, mediante toque neles. “Almas e coisas”, cada uma a seu modo, algo conservam do tempo e do espaço — eternos na memória da vida. Um relógio, um quadro e um espelho, no museu que a equipe espiritual visita, com finalidade de pedagogia mediúnica, ofertam interessantes lições, ratificando que todos os problemas criados por nós não serão resolvidos senão por nós mesmos...

Cap 27 – Mediunidade transviada – O ultraje à oração e à mediunidade é aqui exposto, mostrando penoso quadro em que espíritas medianamente esclarecidos, mas médiuns ociosos, exploram Espíritos desencarnados de condição inferior, para a solução de problemas materiais. A vampirização se torna recíproca (entre encarnados e desencarnados). A.Luiz filosofa, mais uma vez, sobre a bênção da pedagogia divina: “a dor é o grande ministro da Justiça Divina”!.

Cap 28 – Efeitos físicos – As chamadas “sessões de materialização”, segundo o Plano Espiritual, só se justificam quando são realizadas com altos objetivos morais, como por exemplo, a cura de doentes encarnados. Os Espíritos desencarnados que agem nessas reuniões extraem forças de pessoas, de objetos e da Natureza, as quais se casam aos elementos espirituais.
São enérgicos os alertas quanto aos perigos dessas reuniões, tendo em vista que os encarnados que dela participam devem ter sentimentos purificados, a par de conduta cristã, o que dificilmente acontece, coletivamente. As infinitas possibilidades de emprego do ectoplasma são aqui enunciadas, sendo explicitadas suas excelsas propriedades, de transporte de matéria de qualquer natureza, inclusive o corpo humano (!), através desmaterialização num ponto e rematerialização em outro, próximo ou distante.

Cap 29 – Anotações em serviço – Há ligeira crítica sobre a sinonímia utilizada pela Metapsíquica, em contraponto à simplicidade evangélica. Prestes a concluir o proveitoso estágio na companhia do Assistente Áulus, A.Luiz ainda narra novas e belíssimas considerações ouvidas dele, sobre o Espiritismo, sobre a mediunidade e sobre o comportamento dos médiuns.

Cap 30 – Últimas páginas – As várias e sublimes ações dos diferentes médiuns são aqui filosoficamente enunciadas, com raros timbres, poético e moral. O sacerdócio da paternidade e da maternidade é expresso com eloqüência evangélica, posto que é no lar que a mediunidade se mostra mais espontânea e mais pura (eis aqui uma informação, ou melhor, um esclarecimento, que nos induz a intensas reflexões...).
Agradabilíssima surpresa no fecho deste livro: o próprio A.Luiz profere uma prece aos Benfeitores Espirituais. Sem identificar, a prece reporta-se à gratidão dele para com o bondoso Áulus.
Gratidão que também é nossa!

Personagens citados:

ANDRÉ LUIZ - é Autor Espiritual. Permaneceu no Umbral por oito anos.
Neste ano de 2003, em comemoração ao 1.500.000° exemplar de “Nosso Lar”, a Federação Espírita Brasileira está reeditando, com nova diagramação e capa, a coleção dos 13 (treze) livros de A.Luiz com psicografia de Chico Xavier, tratando da “A Vida no Mundo Espiritual”!
- 1° livro: “NOSSO LAR” (1944) – obra literária iniciando fecunda série, sempre pela psicografia de Francisco Cândido Xavier. Nesse livro, reporta como foi recolhido à Instituição Espiritual "Nosso Lar" (situada na psicosfera da cidade do Rio de Janeiro), por interferência de sua mãe. Com impressionante ineditismo, o livro narra particularidades do Plano Espiritual.
Graças à sua abnegação e trabalhos incansáveis de auxílio ao próximo, alguns anos mais tarde conquistou a faculdade da volitação.
Informa, ao fim do livro, que recebeu a comenda de "Cidadão de Nosso Lar".
André Luiz é um exemplo dignificante de auto-reforma e de como a conseqüente evolução espiritual traz intensos momentos felizes para todo aquele que ajuda ao próximo.
- 2° livro: "OS MENSAGEIROS" (1944) - reporta vários aprendizados que alcançou junto à equipe de auxiliares-aprendizes, no "Centro de Mensageiros", quando, após estágio e uma viagem à Crosta, teve oportunidade de pôr em prática as lições recebidas.
- 3° livro: “MISSIONÁRIOS DA LUZ" (1945) - aprimora os conhecimentos até então auferidos. Estagia com o Instrutor ALEXANDRE num recinto terrestre, onde se desenrolam inúmeras atividades mediúnicas. Há impressionante narração de uma reencarnação, a partir do Programa Reencarna-tório, seguida da fecundação, da gestação e do nascimento.
- 4° livro: "OBREIROS DA VIDA ETERNA" (1946) - registra que é a primeira vez que integra equipe socorrista (de auxílio a desencarnações), pois até então fora estudante/aprendiz.
- 5° livro: “O MUNDO MAIOR” (1947) - agora, focaliza aspectos da vida no mundo espiritual e do intercâmbio entre desencarnados e encarnados, especialmente durante o repouso físico.
- 6º livro: “LIBERTAÇÃO” (1949) - um dos maiores equívocos do ser humano é o de se arvorar em juiz... eis que, na verdade, quem assim procede, via de regra está projetando em outrem aquilo mesmo que denigre seu comportamento; ao que sofre, já basta o aguilhão da culpa.
- 7° livro: “ENTRE A TERRA E O CÉU” ( 1954) - obra de grande singeleza, que nos mostra o poder da prece diante dos descaminhos humanos (ciúme, suicídio, vingança, obsessão) provocando desarmonia e sofrimento num grupo familiar. Pela caridade de Jesus, Benfeitores espirituais conseguem reordenar procedimentos morais, acalmar impulsos negativos e implantar a fraternidade entre todos.

OBS: Citaremos a seguir os demais nomes dos personagens do livro "NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE", colocando entre parênteses: (d) = desencarnado; (e) = encarnado, e os respectivos capítulo e página onde são pela primeira vez mencionados.

ÁULUS (d) – 1/13 – É (assistente) um dos 12 (doze) Ministros de “Nosso Lar” (NL).
CLARÊNCIO (d) – 1/13 – É também Ministro de NL.
HILÁRIO (d) – 1/14 – Colega de A.Luiz em “Nosso Lar” (quando encarnado, também foi médico).
ALBÉRIO (d) – 1/15 – Palestrante sobre mediunidade no Ministério das Comunicações de “NL”.
RAUL SILVA (e) – 3/29 – Dirigente de reunião mediúnica.
EUGÊNIA (e) – 2/29 – Médium psicofônica de grande docilidade, consciente, intuitiva.
ANÉLIO ARAUJO (e) – 3/30 – Médium: clarividente, clariaudiente e psicógrafo (ainda educando a mediunidade, necessita de grandes cuidados).
ANTÔNIO CASTRO (e) – 3/30 – Médium sonâmbulo (desdobra-se facilmente).
CELINA (e) – 3/30 – Médium: clarividente, clariaudiente e de incorporação sonambúlica (age com responsabilidade e por isso é valiosa cooperadora do Plano Espiritual).
CLEMENTINO (d) – 5/45 – Dirigente espiritual do Centro Espírita e do grupo mediúnico.
LIBÓRIO DOS SANTOS (d) – 6/58 – Espírito obsessor atendido em reunião mediúnica.
SARA (e) – 7/62 – É a mulher que LIBÓRIO vem obsidiando há 5 anos.
JOSÉ MARIA (d) – 8/73 – Espírito necessitado atendido em reunião mediúnica.
PEDRO (e) – 9/78 – Doente que comparece à reunião mediúnica e é assediado por obsessor.
RODRIGO e SÉRGIO (d) – 11/102 – Vigilantes espirituais que, em excursão de auxílio, conduzem em volitação e com segurança, o perispírito do médium de desdobramento ( ANTÔNIO CASTRO).
OLIVEIRA (d) – 11/103 – Abnegado companheiro do grupo mediúnico, desencarnado há poucos dias e que é visitado por ANTÔNIO CASTRO (o médium desdobrado).
ABELARDO MARTINS (d) – 14/127 – Marido de CELINA, em processo de melhoria espiritual.
JUSTINO (d) – 14/132 – Diretor de Instituição espiritual socorrista a psicopatas.
AMBROSINA (e) – 16/148 – Médium dedicada, com ideal de amor, em atividade há mais de 20 anos sucessivos.
GABRIEL (d) – 16/150 – Mentor de grupo mediúnico.
CLARA e HENRIQUE (e) – Médiuns passistas.
CONRADO (d) – 17/162 – Orientador espiritual em atividade na “câmara de passes”.
TEONÍLIA (d) – 19/179 – Assistente espiritual em equipe de auxílio.
ANÉSIA (e) – 19/179 – Esposa traída e com dificuldades para educar 3 filhas e cuidar da mãe, prestes a desencarnar.
JOVINO (e) – 19/179 – Marido de ANÉSIA.
MARCINA, MARTA e MÁRCIA (e) – 19/182 – Filhas de ANÉSIA e JOVINO. São jovens.
ELISA (d) – 20/189 – Mãe de ANÉSIA. Está em avançado “processo liberatório” (desencarnação).
OLÍMPIO (d) – 21/201 – Filho de ELISA (e irmão de ANÉSIA). Alcoólatra. Morreu assassinado.
MATILDE (e) – 21/205 – Irmã de ELISA, a qual, ao desencarnar, visita-a.
AMÉRICO (e) – 24/228 – Médium com deficiências orgânicas, sintonizado a obsessores, com os quais se acumpliciou, ainda quando desencarnado.
MÁRCIO (e) – 24/228 – Alcoólatra (irmão de AMÉRICO).
JÚLIO (e) – 24/229 – Pai de AMÉRICO e MÁRCIO. Paralítico das pernas. Tem 5 filhos.
LAURA, GUILHERME e BENÍCIO (e) – 24/230 – Os outros 3 filhos de JÚLIO.
CÁSSIO (d) – 27/251 – Guardião espiritual que tenta recuperar um grupo mediúnico irresponsável.
QUINTINO (e) - 27/252 – Teimoso — e invigilante — diretor de um grupo mediúnico que promete solução para problemas materiais...
RAIMUNDO (e) 27/252 – Componente do grupo mediúnico sob direção de QUINTINO.
TEOTÔNIO (e) – 27/253 – Componente do grupo mediúnico sob direção de QUINTINO.
GARCEZ (d) – 28/266 – Espírito técnico em atividades ligadas a “efeitos físicos”.

Considerações Finais:
Este livro é inteiramente dedicado aos médiuns.
E Kardec leciona, no Cap XIV de “O Livro dos Médiuns”:
Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos, por isso mesmo é médium.
(...) Pode-se, pois, dizer que todo mundo é, mais ou menos, médium.
André Luiz, com seu amigo Hilário, sob supervisão do Assistente ÁULUS, vêm ao Plano terreno e visitam vários Centros Espíritas, onde são realizadas reuniões mediúnicas.
Em cada grupo de médiuns são observadas as características individuais e coletivas dos médiuns que as compõem...
As várias faculdades mediúnicas são analisadas detalhadamente, sempre sob a ótica do Plano Espiritual, trazendo informes inéditos do intercâmbio sublime entre encarnados e desencarnados.
Tamanhas e tantas são as lições, que a obra se torna imperdível aos estudiosos de boa vontade, médiuns ou não...

TERMOS POUCO USADOS:
A título de colaboração, registramos abaixo o significado ou origem de alguns termos pouco usados, que eventualmente aparecem ao longo do texto de “Nos Domínios da Mediunidade”:

TERMOS CAPÍTULO PÁGINA S I G N I F I C A D O
(elementos) hipostáticos Introd. 9 (adj.) (Medicina) = retardamento circulatório
hotentote 1 17 (adj. e subst.) referente a povo da África
(cabeça) pintalgada 3 32 (adj.) pintada de cores variadas
imanização 4 43 (subst.) processo de imanizar; de imantar
ensanchas 5 48 (subst.) sobejo; sobra
solilóquio 5 49 (subst.) fala de alguém consigo mesmo; monólogo
nume 8 69 (subst.) divindade mitológica; gênio; influxo divino
(horrenda) fácies 8 69 (subst.) o aspecto de um corpo tal como se apresenta
Escarmento 8 71 (subst.) correção; castigo; punição
(clamores) roufenhos 10 88 (adj.) fanhoso
calhaus 13 120 (subst.) fragmentos de pedra dura
grilheta 13 120 (subst.) grilhão; obrigação penosa
escabiose 13 121 (subst.) (Medicina) = sarna
colédoco 17 169 (adj. e subst.) (Medicina) = porção terminal da via biliar principal
(estremeções) coreiformes 24 225 (adj.) instabilidade; diz-se de movimentação que lembra a da coréia.*
librar 26 244 (verbo) pôr em equilíbrio; equilibrar
acoimam 29 275 (do verbo acoimar) = multam; punem; castigam
escopro 30 282 (subst.) instrumento de ferro e aço para lavrar pedra ou madeira.

* (Coréia = afecção que se manifesta por movimentos involuntários, breves, irregulares e de grande amplitude)

RIBEIRÃO PRETO/SP - Em 12.Fev.2004
Eurípedes Kühl – Responsável
SOCIEDADE ESPÍRITA ALLAN KARDEC
Rua Monte Alverne, 667 – Ribeirão Preto/SP