quinta-feira, 22 de julho de 2010

EVANGELHO DE MATEUS, CAPÍTULO 4


1 Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

5 Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,

6 E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra.

7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.

8 Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.

9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

10 Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.

11 Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.

12 Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galiléia;

13 E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali;

14 Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz:

15 A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, A Galiléia das nações;

16 O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou.

17 Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.

18 E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores;

19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.

20 Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no.

21 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes;

22 E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no.

23 E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.

24 E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava.

25 E seguia-o uma grande multidão da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e de além do Jordão.

Comentário

Em nossa interpretação, não existe um "diabo", como anjo decaído que lutaria contra Deus e seus "anjos". O diabo, ou "satanás", é apenas uma representação do mal que há no mundo e dentro de nós, que ainda não somos perfeitos e temos, sim, algum mal, algum defeito, dentro de nós.

Jesus teria ido para o deserto e ficado 40 dias e noites sem se alimentar. O texto não diz nada sobre o consumo de água, com o que se pressupõe que o Mestre teria bebido água. Se houvesse jejum de água por 40 dias, no deserto, Jesus não teria aguentado, pois algumas horas sem o consumo de água o corpo humano já começa a sofrer, inclusive não controlando a temperatura corporal, instalando-se um quadro de desidratação que poderá chegar ao choque, causando a morte em 5 ou 6 dias. Quanto à alimentação, seria possível Jesus jejuar por 40 dias. Há registros de pessoas que fizeram greve de fome e resistiram por até 73 dias sem comer até morrer, mas tal situação de desnutrição acarreta danos à saúde e ao funcionamento do corpo humano, o que não foi registrado nos Evangelhos.

O certo é que devemos ter em mente, ao tentar interpretar o Evangelho, que "a letra mata" e "o espírito vivifica", como disse o próprio Jesus e depois dele Paulo de Tarso.

E esse jejum, que até os dia de hoje ainda é interpretado como um jejum de alimentação, como um sacrifício, será que quer significar essa privação somente de alimentos? Ou será que é uma privação de todos os excessos, das coisas que não são importantes para a vida verdadeira, que são apenas distrações que conduzem as pessoas aos vícios e perdição? 

Jesus teria ido para o deserto jejuar para confirmar a sua condição de profeta, como fizeram antes os profetas, em suas preparações para as pregrações? Há quem entenda que sim.

E há quem entenda que Jesus nunca teve um corpo físico, nunca encarnou na Terra. E nestes 40 dias ele teria sumido da Terra e estava na dimensão (ou plano) espiritual, cuidando dos assuntos pertinentes ao testemunho que faria em breve, ao tentar acender as luzes dos corações dos seus irmãos encarnados.

Em seguida, narra o Evangelho de Mateus os chamados dos apóstolos Pedro, André, Tiago e João, que largaram todos os seus afazeres para seguir Jesus, sem qualquer questionamento. Esse fato faz pensar. Quem largaria tudo para seguir alguém que não conhece? Somente a condição extremamente especial de Jesus causava esse tipo de reação nas pessoas prontas para segui-Lo. E talvez os apóstolos tenham vindo à Terra com esta missão, seguindo Jesus tão logo o encontraram.

E Jesus curou muitos enfermos, de todos os tipos. Há passagens nos Evangelhos em que Ele dizia: "Tua fé te curou". Isso dá a entender que a pessoa só encontrava a cura quando tinha fé de que isto é possível através daquele Homem Santo, o Filho de Deus. Certamente, Jesus só curarava quem já tinha esta fé e já tinha chegado ao momento da cessação da provação, do momento da libertação dos erros passados, tudo através de Jesus, que conhece os "mistérios" da vida eterna.

Como duvidar de que Jesus era o Messias, o Filho do Homem, o nosso Salvador, que veio nos mostrar o caminho para a perfeição?

Até nos dias de hoje, a fé em Jesus opera verdadeiros "milagres", sabemos bem.

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