Kitaro
quinta-feira, 22 de julho de 2010
EVANGELHO DE MATEUS, CAPÍTULO 4
1 Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5 Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
6 E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.
8 Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.
9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10 Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.
11 Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.
12 Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galiléia;
13 E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali;
14 Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz:
15 A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, A Galiléia das nações;
16 O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou.
17 Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.
18 E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores;
19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.
20 Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no.
21 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes;
22 E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no.
23 E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
24 E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava.
25 E seguia-o uma grande multidão da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e de além do Jordão.
Comentário
Em nossa interpretação, não existe um "diabo", como anjo decaído que lutaria contra Deus e seus "anjos". O diabo, ou "satanás", é apenas uma representação do mal que há no mundo e dentro de nós, que ainda não somos perfeitos e temos, sim, algum mal, algum defeito, dentro de nós.
Jesus teria ido para o deserto e ficado 40 dias e noites sem se alimentar. O texto não diz nada sobre o consumo de água, com o que se pressupõe que o Mestre teria bebido água. Se houvesse jejum de água por 40 dias, no deserto, Jesus não teria aguentado, pois algumas horas sem o consumo de água o corpo humano já começa a sofrer, inclusive não controlando a temperatura corporal, instalando-se um quadro de desidratação que poderá chegar ao choque, causando a morte em 5 ou 6 dias. Quanto à alimentação, seria possível Jesus jejuar por 40 dias. Há registros de pessoas que fizeram greve de fome e resistiram por até 73 dias sem comer até morrer, mas tal situação de desnutrição acarreta danos à saúde e ao funcionamento do corpo humano, o que não foi registrado nos Evangelhos.
O certo é que devemos ter em mente, ao tentar interpretar o Evangelho, que "a letra mata" e "o espírito vivifica", como disse o próprio Jesus e depois dele Paulo de Tarso.
2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5 Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
6 E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.
8 Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.
9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10 Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.
11 Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.
12 Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galiléia;
13 E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali;
14 Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz:
15 A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, A Galiléia das nações;
16 O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou.
17 Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.
18 E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores;
19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.
20 Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no.
21 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes;
22 E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no.
23 E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
24 E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava.
25 E seguia-o uma grande multidão da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e de além do Jordão.
Comentário
Em nossa interpretação, não existe um "diabo", como anjo decaído que lutaria contra Deus e seus "anjos". O diabo, ou "satanás", é apenas uma representação do mal que há no mundo e dentro de nós, que ainda não somos perfeitos e temos, sim, algum mal, algum defeito, dentro de nós.
Jesus teria ido para o deserto e ficado 40 dias e noites sem se alimentar. O texto não diz nada sobre o consumo de água, com o que se pressupõe que o Mestre teria bebido água. Se houvesse jejum de água por 40 dias, no deserto, Jesus não teria aguentado, pois algumas horas sem o consumo de água o corpo humano já começa a sofrer, inclusive não controlando a temperatura corporal, instalando-se um quadro de desidratação que poderá chegar ao choque, causando a morte em 5 ou 6 dias. Quanto à alimentação, seria possível Jesus jejuar por 40 dias. Há registros de pessoas que fizeram greve de fome e resistiram por até 73 dias sem comer até morrer, mas tal situação de desnutrição acarreta danos à saúde e ao funcionamento do corpo humano, o que não foi registrado nos Evangelhos.
O certo é que devemos ter em mente, ao tentar interpretar o Evangelho, que "a letra mata" e "o espírito vivifica", como disse o próprio Jesus e depois dele Paulo de Tarso.
E esse jejum, que até os dia de hoje ainda é interpretado como um jejum de alimentação, como um sacrifício, será que quer significar essa privação somente de alimentos? Ou será que é uma privação de todos os excessos, das coisas que não são importantes para a vida verdadeira, que são apenas distrações que conduzem as pessoas aos vícios e perdição?
Jesus teria ido para o deserto jejuar para confirmar a sua condição de profeta, como fizeram antes os profetas, em suas preparações para as pregrações? Há quem entenda que sim.
E há quem entenda que Jesus nunca teve um corpo físico, nunca encarnou na Terra. E nestes 40 dias ele teria sumido da Terra e estava na dimensão (ou plano) espiritual, cuidando dos assuntos pertinentes ao testemunho que faria em breve, ao tentar acender as luzes dos corações dos seus irmãos encarnados.
Em seguida, narra o Evangelho de Mateus os chamados dos apóstolos Pedro, André, Tiago e João, que largaram todos os seus afazeres para seguir Jesus, sem qualquer questionamento. Esse fato faz pensar. Quem largaria tudo para seguir alguém que não conhece? Somente a condição extremamente especial de Jesus causava esse tipo de reação nas pessoas prontas para segui-Lo. E talvez os apóstolos tenham vindo à Terra com esta missão, seguindo Jesus tão logo o encontraram.
E Jesus curou muitos enfermos, de todos os tipos. Há passagens nos Evangelhos em que Ele dizia: "Tua fé te curou". Isso dá a entender que a pessoa só encontrava a cura quando tinha fé de que isto é possível através daquele Homem Santo, o Filho de Deus. Certamente, Jesus só curarava quem já tinha esta fé e já tinha chegado ao momento da cessação da provação, do momento da libertação dos erros passados, tudo através de Jesus, que conhece os "mistérios" da vida eterna.
Como duvidar de que Jesus era o Messias, o Filho do Homem, o nosso Salvador, que veio nos mostrar o caminho para a perfeição?
Jesus teria ido para o deserto jejuar para confirmar a sua condição de profeta, como fizeram antes os profetas, em suas preparações para as pregrações? Há quem entenda que sim.
E há quem entenda que Jesus nunca teve um corpo físico, nunca encarnou na Terra. E nestes 40 dias ele teria sumido da Terra e estava na dimensão (ou plano) espiritual, cuidando dos assuntos pertinentes ao testemunho que faria em breve, ao tentar acender as luzes dos corações dos seus irmãos encarnados.
Em seguida, narra o Evangelho de Mateus os chamados dos apóstolos Pedro, André, Tiago e João, que largaram todos os seus afazeres para seguir Jesus, sem qualquer questionamento. Esse fato faz pensar. Quem largaria tudo para seguir alguém que não conhece? Somente a condição extremamente especial de Jesus causava esse tipo de reação nas pessoas prontas para segui-Lo. E talvez os apóstolos tenham vindo à Terra com esta missão, seguindo Jesus tão logo o encontraram.
E Jesus curou muitos enfermos, de todos os tipos. Há passagens nos Evangelhos em que Ele dizia: "Tua fé te curou". Isso dá a entender que a pessoa só encontrava a cura quando tinha fé de que isto é possível através daquele Homem Santo, o Filho de Deus. Certamente, Jesus só curarava quem já tinha esta fé e já tinha chegado ao momento da cessação da provação, do momento da libertação dos erros passados, tudo através de Jesus, que conhece os "mistérios" da vida eterna.
Como duvidar de que Jesus era o Messias, o Filho do Homem, o nosso Salvador, que veio nos mostrar o caminho para a perfeição?
Até nos dias de hoje, a fé em Jesus opera verdadeiros "milagres", sabemos bem.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
As várias religiões
Inspirados após assistir a seminários sobre as principais religiões do mundo, passaremos a trazer informações resumidas sobre religiões, buscando encontrar o elo que liga a todas elas.
Após o estudo breve, percebemos que a esmagadora maioria delas, com raras exceções, pregam a "regra de ouro": fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que nos fizessem.
No Zoroastrismo: "Aquela natureza só é boa quando não faz ao outro aquilo que não é bom para ela própria" (Dadistan-i-Dinik 94:5).
No Judaísmo: "O que é odioso para ti, não o faças ao próximo".
No Confucionismo: "Não façais aos outros aquilo que não quereis que vos façam" (Confúcio).
No Budismo: "Não atormentes o próximo com o que te aflige" (Udana-Varga 5:18).
No Hinduísmo: "Esta é a suma do dever: não faças aos outros aquilo que se a ti for feito, te causará dor" (Mahabharata 5:15:17)
No Cristianismo: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles", Jesus no Sermão da Montanha(Mt. 7, 12).
Assim, podemos dizer que, em geral, todas buscam uma reforma moral da pessoa. Todas pregam a generosidade, o amor e o respeito ao próximo.
Leonardo Boff, frade e teólogo brasileiro, em seu livro "Espiritualidade – Um caminho de transformação", narrou um diálogo que manteve com Tenzin Gyatso, o 14º e atual Dalai Lama, líder do Budismo Tibetano, que bem exemplifica uma das principais funções das religiões, a despeito das divergências que as pessoas criam para defender sua religião como a única ou melhor. Vejamos a conversa narrada pelo frade brasileiro:
“Já que nos referimos várias vezes ao Dalai-Lama, permito-me confidenciar um pedaço da conversa que tive com ele, há alguns anos, e que nos ajudará a entender a questão que irei abordar.
No intervalo de uma mesa redonda sobre religião e paz entre os povos da qual ambos participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:
- Santidade, qual é a melhor religião?
Esperava que ele dissesse: “É o Budismo tibetano”, ou “São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo”. O Dalai-Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos – o que me desconcertou um pouco, porque eu sabia da malícia contida na pergunta – e afirmou:
- A melhor religião é aquela que te faz melhor.
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
- O que me faz melhor?
E ele respondeu:
- Aquilo que te faz mais compassivo (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião.
Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta sábia e irrefutável.”
Descobrimos tal diálogo no Blog de Espiritismo (http://blog-espiritismo.blogspot.com/) e depois ele também foi mencionado em um dos seminários referidos, este sobre o Budismo.
Continuaremos a estudar os Evangelhos, mesmo com o trabalho e a dedicação que a tarefa reclama (o que gera um necessário atraso na elaboração dos comentários), esta é a nossa prioridade, seguidores do Cristianismo que somos. Mas o estudo das diversas religiões será atividade paralela que nos ajudará a consolidar entendimentos e perceber que não existe apenas uma religião que leva a Deus, mas vários caminhos, mesmo não religiosos, que podem nos levar até Ele.
Jesus é o nosso Guia, mas vamos conhecer um pouco dos guias de outros irmãos nossos. A idéia é comentar um pouco sobre as seguintes religiões: Budismo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo, as diversas versões do Cristianismo, algumas outras religiões Orientais e algumas religiões e doutrinas espiritualistas.
Que Deus nos abençoe!
Após o estudo breve, percebemos que a esmagadora maioria delas, com raras exceções, pregam a "regra de ouro": fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que nos fizessem.
No Zoroastrismo: "Aquela natureza só é boa quando não faz ao outro aquilo que não é bom para ela própria" (Dadistan-i-Dinik 94:5).
No Judaísmo: "O que é odioso para ti, não o faças ao próximo".
No Confucionismo: "Não façais aos outros aquilo que não quereis que vos façam" (Confúcio).
No Budismo: "Não atormentes o próximo com o que te aflige" (Udana-Varga 5:18).
No Hinduísmo: "Esta é a suma do dever: não faças aos outros aquilo que se a ti for feito, te causará dor" (Mahabharata 5:15:17)
No Cristianismo: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles", Jesus no Sermão da Montanha(Mt. 7, 12).
Assim, podemos dizer que, em geral, todas buscam uma reforma moral da pessoa. Todas pregam a generosidade, o amor e o respeito ao próximo.
Leonardo Boff, frade e teólogo brasileiro, em seu livro "Espiritualidade – Um caminho de transformação", narrou um diálogo que manteve com Tenzin Gyatso, o 14º e atual Dalai Lama, líder do Budismo Tibetano, que bem exemplifica uma das principais funções das religiões, a despeito das divergências que as pessoas criam para defender sua religião como a única ou melhor. Vejamos a conversa narrada pelo frade brasileiro:
“Já que nos referimos várias vezes ao Dalai-Lama, permito-me confidenciar um pedaço da conversa que tive com ele, há alguns anos, e que nos ajudará a entender a questão que irei abordar.
No intervalo de uma mesa redonda sobre religião e paz entre os povos da qual ambos participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:
- Santidade, qual é a melhor religião?
Esperava que ele dissesse: “É o Budismo tibetano”, ou “São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo”. O Dalai-Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos – o que me desconcertou um pouco, porque eu sabia da malícia contida na pergunta – e afirmou:
- A melhor religião é aquela que te faz melhor.
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
- O que me faz melhor?
E ele respondeu:
- Aquilo que te faz mais compassivo (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião.
Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta sábia e irrefutável.”
Descobrimos tal diálogo no Blog de Espiritismo (http://blog-espiritismo.blogspot.com/) e depois ele também foi mencionado em um dos seminários referidos, este sobre o Budismo.
Continuaremos a estudar os Evangelhos, mesmo com o trabalho e a dedicação que a tarefa reclama (o que gera um necessário atraso na elaboração dos comentários), esta é a nossa prioridade, seguidores do Cristianismo que somos. Mas o estudo das diversas religiões será atividade paralela que nos ajudará a consolidar entendimentos e perceber que não existe apenas uma religião que leva a Deus, mas vários caminhos, mesmo não religiosos, que podem nos levar até Ele.
Jesus é o nosso Guia, mas vamos conhecer um pouco dos guias de outros irmãos nossos. A idéia é comentar um pouco sobre as seguintes religiões: Budismo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo, as diversas versões do Cristianismo, algumas outras religiões Orientais e algumas religiões e doutrinas espiritualistas.
Que Deus nos abençoe!
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Livro: sinopse de "No mundo maior"
Transcrevemos mais uma excelente sinopse de obra psicografada por Chico Xavier, de autoria de André Luiz, a obra "No mundo maior":
Título: "NO MUNDO MAIOR" – Edição consultada: 7ª Edição/1977
Autor: Espírito ANDRÉ LUIZ (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro)
Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em 1947).
Edição: Primeira edição em 1947, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ)
Nota: Até 2000 já haviam 21 reedições, num total de 290.000 exemplares
Conteúdo doutrinário:
Este livro trata da questão psíquica.
Os distúrbios psíquicos são analisados a partir do Plano Espiritual, trazendo-nos a abalisada opinião de Espíritos especialistas (Instrutores espirituais).
São enfocados os encontros e desencontros da Medicina terrena ante as lições da Doutrina dos Espíritos. O Espiritismo, sabemos, descerra o véu que encobre os mistérios dos distúrbios psíquicos, apontando com bom senso suas causas. Mais que isso: ilumina os caminhos da cura.
Os esclarecimentos espirituais trilhando pela simplicidade e por exemplos possibilitam a todos nós compreender como se processam e como devem ser administrados os casos de:
- esquizofrenia
- epilepsia
- neuroses várias
- fobias
- idéias fixas
- sentimentos de culpa
- mongolismo (estudo de curioso caso).
Eis alguns detalhes, Capítulo a Capítulo:
Cap 1 — Entre dois planos — No plano terrestre: são especificados os procedimentos nas tarefas espirituais de atendimento imediato, não programados, de casos de loucura, suicídios e extremos desastres morais.
Cap 2 — A preleção de Eusébio — Exortação espiritual quanto à ameaça do equilíbrio terrestre pelas doenças da alma. O comportamento humano é radiografado e mostrado à beira dos abismos da alienação mental. Voluntários dedicados são convocados à tarefa da salvação dos displicentes e dos racalcitrantes. É citado o serviço de assistência às cavernas...
Cap 3 — A Casa Mental — Novos conceitos psíquicos a serem compreendidos:
- perversidade: como loucura
- revolta: como ignorância
- desespero: como enfermidade.
Ainda neste capítulo encontramos preciosa instrução espiritual sobre o cérebro humano, que é comparado a um castelo de três andares, nos quais localizam-se:
- primeiro andar: residência dos impulsos automáticos (subconsciente/o passado) – hábito e automatismo
- segundo andar: domicílio das conquistas atuais (consciente/o presente) – esforço e a vontade
- terceiro andar: - casa das noções superiores (superconsciente/o futuro) – ideal e meta superior.
(Nos capítulos subseqüentes há várias citações alusivas a essa instrução).
Há descrição de dois cérebros interligados: obsessor-obsidiado, que odeiam-se reciprocamente, daí resultando estarem ambos loucos, quanto à organização perispiritual.
São citados os “vermes mentais” que produzem moléstias da alma, no cérebro perispiritual.
Cap 4 — Estudando o cérebro — Há a impressionante narração de um crime (assassinato) e suas terríveis conseqüências. É citada a “química espiritual”, instalada no cérebro do desencarnado, muitas vezes com ação conjunta à química orgânica e inorgânica do encarnado.
Somos informados de que o sofrimento áspero, mas redentor, da expiação, não acontece apenas na esfera carnal, mas também em regiões sombrias fora dela...
Cap 5 — O poder do amor — Há exemplar doutrinação espiritual, mostrando a ascendência moral do doutrinador, tarefeiro do Bem: na desobsessão, por exemplo, aqui focalizando um caso em que o obsidiado (que cometeu assassinato), em desdobramento pelo sono, é levado a ficar frente a frente com o obsessor (a vítima), o perdão harmonizando ambos, por fim.
Cap 6 — Amparo fraternal — Narração de um homem vivendo os prazeres do mundo e de uma jovem pobre que para custear tratamento médico da mãe se une a ele. Os dois são doutrinados, durante o desdobramento pelo sono. Em conseqüência, retificam seu procedimento.
Cap 7 — Processo redentor — Trata do esforço da Espiritualidade para impedir processos de loucura. Nesse contexto, sobressai o valor da “prece intercessória”. Reafirma que o Espírito não retrocede em hipótese alguma, contudo as formas de manifestação do ser podem sofrer degenerescência (destrambelho dos elementos perispiríticos) — mongolismo, por exemplo.
NOTA SOBRE CHOQUE ELÉTRICO: Atualmente, são outros os conceitos sobre o tratamento por choque elétrico, que tiveram seu emprego consideravelmente restringido após o progresso da psicofarmacologia.
Cap 8 — No Santuário da Alma — Explana sobre a epilepsia, cujas causas, geralmente, situam-se nos descaminhos das vidas passadas e na vida presente, carreando interferências obsessivas, disfunções mentais, com reflexos perispiríticos, ocasionando transtornos orgânicos. A cura se dará pela reforma íntima, passes e principalmente a fé positiva — edificação espiritual, enfim.
Cap 9 — Mediunidade — Demonstra que, em mediunidade, o animismo não deve tomar o caráter inquisitorial, e sim, o educativo. A intuição pura é considerada a mediunidade mais estável e bela entre os homens.
Cap 10 — Dolorosa perda — Há impressionante descrição de um aborto, visto do plano espiritual: o perispírito do abortado, imantado ao corpo daquela que lhe seria mãe, promove tamanha onda de ódio que leva-a a uma imprevista e dolorosa desencarnação.
Cap 11 — Sexo — O amor é enaltecido, ao tempo que mostra como os descaminhos dos prazeres promíscuos levam à loucura. Conquanto demonstrando respeitosa posição à Medicina terrena (discorrendo sobre a escola freudiana da psicologia analítica), a Espiritualidade indica que os desequilíbrios sexuais são doença da alma.
Cap 12 — Estranha enfermidade — O texto elucida os conflitos da esquizofrenia (originária de sutis perturbações do perispírito), dos quais resultam um conjunto de moléstias variáveis e indeterminadas no corpo físico. Neste capítulo, de forma absolutamente inédita, é mostrado como a Espiritualidade provoca uma desencarnação, como providência compassiva, a benefício do desencarnante e dos seus familiares.
Cap 13 — Psicose afetiva — Traz-nos a emocionante lição de como a Espiritualidade amiga impede um suicídio (por merecimento) de uma jovem desiludida e humilhada no amor, impondo-lhe sono profundo, horas antes do lance fatídico. Desdobrada pelo sono, a jovem é doutrinada, vindo a desistir do suicídio, por compreender que as dores da experiência humana, são “dons do Divino Suprimento” e que por vezes há “vantagens que só podem ser encontrados na solidão”...
Cap 14 — Medida salvadora — Nova lição transcendental: a Espiritualidade amiga ministrando ajuda, através providência provisória, mas drástica: provoca desarmonia no corpo de um alcoólatra, a benefício do próprio (!) e também visando amparar à esposa e dois filhinhos.
Põe a descoberto como nos ambientes menos dignos há “multidão de entidades conturbadas e viciosas” (Espíritos desencarnados), em triste sociedade, por afinidade. Vê-se ali, em perfeita simbiose mental:
- encarnados/alcoólatras → → desencarnados (também alcoólatras)
- dançarinos (voltados para o primitivismo do ser, embalados por música inferior e pela viciação dos sentidos, com gestos ridículos, gritos histéricos, em “atitudes que muitos símios talvez se pejassem”) → → correspondendo inconscientemente a desencarnados que a isso os induziam, fazendo-lhes companhia-sociedade invisível...
Cap 15 — Apelo cristão — Discorre sobre uma assembléia de encarnados (religiosos católicos romanos e protestantes das Igrejas reformadas), os quais, desdobrados pelo sono, em companhia de desencarnados, recebem valiosa lição-alerta sobre os ranços do dogmatismo e da divisão humana da fé. É enaltecida a união fraternal vivenciada pelos heróis anônimos que transitaram nas aflições, dos então primeiros aprendizes da Boa-Nova. É mostrado o erro dos sacerdotes políticos que dividiram em várias escolas a “Religião do Amor Universal”, fundada por Jesus, do que resultaram os desvarios da separação por motivos de fé.
Cap 16 — Alienados mentais — A loucura é considerada como suicídio “habilmente dissimulado”, pela não resistência à dor e pela entrega (também sem resistência) à perturbação destruidora, que por fim, abre as portas da morte.
Nota: S.M.J., temos aqui uma inédita informação da Espiritualidade amiga, quanto à uma outra espécie de suicídio.
Recebemos fortes advertências neste capítulo:
- impaciência e tristeza são forças terríveis a desarmonizar a mente, perdurando por várias existências;
- a alienação mental é início da “descida da alma às zonas inferiores da morte”;
- quanto aos recém-nascidos ou os que na infância apresentam esse quadro, tal é reflexo de comportamento equivocado no passado, colidindo forte com as Leis Divinas.
Cap 17 — No limiar das cavernas — No “Baixo Umbral” (cavernas de sofrimento, no plano espiritual) existe “zona medonhamente sombria”, a tal ponto, que A.Luiz não teve permissão de nela se aprofundar, mas apenas a de permanecer no limiar daquelas cavernas, e assim mesmo, acompanhado de Instrutor espiritual. É citado o insólito caso de Espíritos de grande intelectualidade e poder mental, mas desprovidos de amor, os quais, por serem extremamente devedores das Leis Divinas, como passos iniciais de melhoria moral, eventualmente recebem determinação educativa de realizar tarefas laboriosas no seio da Natureza.
NOTA: Em “O Livro dos Espíritos”, questões 536 a 540, encontramos notícias sobre a ação de tais Espíritos, ação essa variável, na razão direta da evolução de cada um.
Cap 18 — Velha afeição — Este capítulo é de comovente sublimidade: A.Luiz reencontra e socorre o avô, a quem tanto amara quando criança e por quem tanto também era amado. Seu avô estava já há quarenta anos estacionado no “Baixo Umbral”. O reencontro de ambos é pungente. A beleza literária da narração só é superada pela exaltação da Lei do Amor.
Cap 19 — Reaproximação — Demonstra como a pobreza extrema, com trabalho educativo, imposta pela Espiritualidade protetora, pode ser reeducativa para as aspirações de duas pessoas interligadas por problemas de vidas passadas. No caso, é programado reencontro entre réu e vítima. Aceito por ambos esse reencontro, ficam a descoberto os imensos benefícios da bênção do perdão, trazendo-lhes felicidade.
Cap 20 — No Lar de Cipriana - É descrita essa benemérita instituição espiritual, onde incontáveis espíritos estagiam, aprendendo o reajustamento anímico, através o auto-reconhecimento, preparando-se para melhores condições de vida. Na verdade, tal instituição é “verdadeira oficina de restauração do espírito”.
“No Mundo Maior” tem como fecho magistral prece, exorando a proteção de Jesus.
ANDRÉ LUIZ - é o Autor Espiritual. Permaneceu no Umbral por oito anos.
- 1° livro: “NOSSO LAR” – obra literária iniciando fecunda série, sempre pela psicografia de Francisco Cândido Xavier. Nesse livro, reporta como foi recolhido à Instituição Espiritual "Nosso Lar" (situada na psicosfera da cidade do Rio de Janeiro), por interferência de sua mãe.Com impressionante ineditismo, o livro narra particularidades do Plano Espiritual.
Graças à sua abnegação e trabalhos incansáveis de auxílio ao próximo, alguns anos mais tarde conquistou a faculdade da volitação.
Informa, ao fim do livro, que recebeu a comenda de "Cidadão de Nosso Lar".
André Luiz é um exemplo dignificante de auto-reforma e de como a conseqüente evolução espiritual traz intensos momentos felizes para todo aquele que ajuda ao próximo.
- 2° livro: "OS MENSAGEIROS" - reporta vários aprendizados que alcançou junto à equipe de auxiliares-aprendizes, no "Centro de Mensageiros", quando, após estágio e uma viagem à Crosta, teve oportunidade de pôr em prática as lições recebidas.
- 3° livro: “MISSIONÁRIOS DA LUZ" - aprimora os conhecimentos até então auferidos. Estagia com o Instrutor ALEXANDRE num recinto terrestre, onde se desenrolam inúmeras atividades mediúnicas.
- 4° livro: "OBREIROS DA VIDA ETERNA" - registra que é a primeira vez que integra equipe socorrista (de auxílio a desencarnações), pois até então fora estudante/aprendiz.
- 5° livro: “O MUNDO MAIOR” - agora, focaliza aspectos da vida no mundo espiritual e do intercâmbio entre desencarnados e encarnados, especialmente durante o repouso físico.
OBS: Citaremos a seguir os nomes dos demais personagens do livro "NO MUNDO MAIOR", colocando entre parênteses: (d) = desencarnado; (e) = encarnado, e os respectivos capítulo e página onde são pela primeira vez mencionados.
Edição consultada: 7ª.
CALDERARO (d) - 1/14 – Assistente. Especialista em atendimentos na Crosta Terrestre, na área de “Psiquiatria Iluminada. Com A.Luiz, irá agregar-se aos trabalhos do Instrutor Eusébio.
EUSÉBIO (d) - 1/14 – Instrutor. Abnegado protetor de necessitados, de mentes desequilibradas. Superintendente da Organização Espiritual em zona intermediária. Semanalmente vai à Crosta Planetária, onde, em região adequada, presta esclarecimentos a espíritos encarnados, desdobrados pelo sono, relativamente espiritualizados, dedicados ao socorro de sofredores.
(Obsessor e obsidiado) – 3/43 – Dois enfermos mentais: um desencarnado, outro encarnado;
CIPRIANA (d) - 3/64 – Espírito elevado. Orientadora aos serviços de socorro no grupo atendido por Calderaro.
PEDRO (e) – 5/69 – É o obsidiado citado no Cap 3. Casado. Tem 5 filhos. Enfermo, hospitalizado. Cometeu assassinato. Desdobrado pelo sono, vê-se frente à frente com a vítima.
CAMILO (d) – 5/72 – É a vítima de Pedro. Há vinte anos o atormenta, obsidiando-o.
NENECO, CELITA, MARQUINHOS, GUILHERME (e) – 5/74 – Filhos de Pedro.
CÂNDIDA (e) – 5/79 – A breve tempo desencarnará. Espírito sereno. Tem grandeza de alma.
JULIETA (e) - 6/82 – Filha de Cândida. Em desespero com a doença da mãe entregou-se a atividades menos dignas. Está prestes à loucura e de adquirir doenças graves.
PAULINO (e) – 6/83 – Parceiro de Julieta. É doutrinado durante o desprendimento do sono.
(Enfermo) (e) – 7/98 – Criança de 8 anos, muda, surda, não anda, não se senta, vê mal. Todavia, psiquicamente, tem a vida de um sentenciado sensível.
NOTA: Temos observado na “série A.Luiz” que esse Autor Espiritual, quando cita casos graves, dolorosos, não dá o nome dos personagens, nem utiliza nomes fictícios; tudo indica que isso se deve à observância da ética (poderia constranger algum leitor com esses mesmos nomes...), mas também configura um ato de caridade, resguardando a identidade de quem passa por tal expiação.
MARCELO (e) – 8/108 – No passado teve vigorosa inteligência, mas vivenciou intensas paixões e excessos de autoritarismo. No presente, tem acessos epilépticos (geralmente por enfermidade da alma, do que resultam reflexos/convulsões orgânicas.
NOTA: A.Luiz menciona, de passagem, que “algo mais forte” do que o conhecimento cordial une Marcelo a ele. Na seqüência do texto, não é adicionada nenhuma explicação a respeito.
EULÁLIA (e) – 9/131 – Médium de psicografia. Dedicada. No entretanto, não oferece sintonia integral ao Espírito comunicante (médico desencarnado, protetor).
CECÍLIA (e) – 10/141 – Jovem rica, órfã de mãe, grávida. Provoca aborto. Em conseqüência, vem a desencarnar.
LIANA (e) – 10/144 – Enfermeira que realizou o aborto de Cecília.
FABRÍCIO (e) - 12/169 – Idoso. Enfermo. Esquizofrênico. No limiar da loucura. O passado delituoso açoita-lhe a mente, provocando estragos orgânicos.
INÊS (e) – 12/177 – Esposa dedicada de Fabrício.
FABRICINHO (e) – 12/177 – Neto de Fabrício. Tem 8 anos. É o ex-pai de Fabrício.
ANTONINA (e) – 13/180 – Pobre. Órfã de pai e mãe. Ajudou Gustavo a formar-se. Amava-o. Após, foi humilhada por ele. Pretende suicidar-se. O Plano Espiritual impedirá.
GUSTAVO (e) – 13/181 – Formou-se médico com ajuda de Antonina. Deixou-a, após.
MARINA (d) – 13/184 – Espírito protetor. Foi mãe de Antonina.
MÁRCIO (d) – 13/184 – Espírito protetor. Ligado a Antonina, desde séculos.
ANTÍDIO (e) – 14/192 – Alcoólatra. Quase à loucura. É auxiliado pela Espiritualidade amiga, com providência drástica: enfermidade!
“seu” JOÃO (d) – 16/214 – Guarda-enfermeiro de instituto espiritual para desencarnados pela loucura.
CLÁUDIO (d) – 18/230 – Avô de A.Luiz. Padecendo no “Baixo Umbral” em conseqüência do apego ao dinheiro na última encarnação, finda há 40 anos.
ISMÊNIA (e) – 18/232 – Citada por Cláudio, como sendo-lhe irmã, no passado.
NICANOR (e) – 19/240 – Noivo da jovem ora reencarnada (Ismênia).
TERMOS POUCO USADOS:
A título de colaboração, registramos abaixo o significado ou origem de alguns termos pouco usados, que eventualmente aparecem ao longo do texto de “No Mundo Maior”:
TERMOS | CAPÍTULO | PÁGINA | S I G N I F I C A D O |
ajoujam | 2 | 34 | unem (do verbo ajoujar = unir, ou ligar, moralmente) |
grabato | 6 | 83 | leito pequeno e pobre; catre |
aljofrada | 7 | 104 | orvalhada (do verbo aljofrar = orvalhar) |
abluir | 8 | 114 | lavar, purificar por meio da água; purificar-se |
Cérbero | 9 | 124 | cão de várias cabeças que guardava a porta do inferno (da mitologia grega) |
à balha | 9 | 135 | à baila; a propósito |
craveira | 9 | 135 | medida; tabela |
infrenes | 10 | 146 | desordenados; sem freio |
atro | 10 | 151 | negro; escuro |
socavão | 11 | 159 | esconderijo; abrigo; lugar seguro |
caliginoso tijuco | 11 | 159 | tenebroso charco |
engrazado | 12 | 174 | do verbo engrazar = enfiar (contas) em fio de metal |
a flux | 13 | 189 | aos jorros; em grande quantidade |
favônio | 15 | 202 | vento considerado propício, que trazia felicidade |
moloque | 15 | 203 | réptil; lagarto espinhoso |
atascado | 15 | 207 | atolado; enlameado |
mentecaptos | 16 | 211 | que perderam o uso da razão |
vezo | 16 | 211 | qualquer hábito ou costume (vicioso ou criticável) |
morbo | 16 | 216 | estado patológico; doença |
modorravam | 16 | 217 | Estavam em modorra (sonolência, em certos doentes) |
messe | 16 | 217 | seara em bom estado de se ceifar |
precitos | 17 | 222 | réprobos; condenados; malditos |
Érebo | 17 | 225 | inferno; abismo |
uxoricida | 17 | 226 | aquele que assassinou a própria esposa |
carantonhas | 18 | 228 | caras grandes e feias; caretas; carrancas |
lesto | 18 | 231 | ágil; ligeiro; lépido |
à sorrelfa | 18 | 235 | disfarçadamente (para enganar) |
Se engrimponavam | 20 | 247 | (o mesmo que: se engrimpavam) = subiam às grimpas; se ensoberbeciam |
estrênua | 20 | 248 | valente; corajosa; zelosa |
RIBEIRÃO PRETO/SP - Em 12.Fev.2004 Eurípedes Kühl – Responsável
SOCIEDADE ESPÍRITA ALLAN KARDEC
Rua Monte Alverne, 667 – Ribeirão Preto/SP
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André Luiz,
LIVROS: comentários e sinopses
Dor e sofrimento
Estamos lá, achando que a vida é perfeita, que tudo é alegria, sucesso, vencer desafios, atingir metas. Traçamos o plano e ele está sendo seguido à risca, tudo se encaixa, tudo está saindo como queríamos.
E, de repente, tudo desaba.
Um detalhe inesperado acontece. Nunca previsto, não estamos preparados. Não sabemos o que fazer e tudo fica confuso. A vida colorida passa a ser em preto e branco; a trilha sonora da nossa vida passa a tocar músicas tristes e reflexivas.
Surge a dor, exteriorização do sofrimento que estamos sentindo em nossa alma.
E tudo vira desencanto.
Acordar é doloroso. Mal nos damos conta de quem somos e já vem aquele "frio na barriga" e aquela dor no peito, em algum lugar que não sabemos precisar, porque não é bem no corpo.
Dormir passaria a ser um bom refúgio, se não fossem os pesadelos que nos afligem, nos deixando em situações hipotéticas em que nos encontramos mais impotentes diante de tudo aquilo do que quando acordados.
Pronto, a vida não é feita só de alegrias e felicidades. Descobrimos.
Tudo fica confuso, mas, no fundo, sabemos que alternativas clássicas existem. Ou enfrentamos, ou nos desesperamos, ou desistimos e aceitamos.
E nem sempre há solução para um problema. E aí o enfrentar acaba se desdobrando na solução desistir e aceitar.
Há aquelas fórmulas de quem já passou ou pensou sobre isso, como o modelo de Kübler-Ross, que trata dos cinco estágios pelos quais passam as pessoas que lidam com a perda, o luto ou a tragédia: (1) a negação e o isolamento ("Isso não pode estar acontecendo."), (2) a raiva ("Por que eu? Não é justo.") (3) a negociação ("Vamos achar um meio-termo."), (4) a depressão ("Tudo é uma droga mesmo. Desisto.") e (5) a aceitação ("Tudo vai ficar bem.").
Mas o fato é que perdemos a fé em tudo e em todos. Tendemos a nos isolar mesmo, a nos retrair.
Por que aquilo aconteceu se somos tão bonzinhos, não fazemos mal a ninguém? O que fizemos? Por que comigo?
E isso é um momento pelo qual quase todo mundo passa ou vai passar. Algumas pessoas talvez não, pode ser que só tenham alguns pequenos problemas e que podem ser resolvidos com a disciplina e esforço. Mas muitas pessoas passam por esses momentos de intensa dor no fundo do seu ser.
E aí chegamos naquela dúvida: só procuramos Deus quando estamos bem e esquecemos Dele na hora da crise ou o negamos enquanto estamos bem e só lembramos Dele na hora grave?
Algumas pessoas pensam que Deus não existe e isso piora o problema, pois não há onde buscar conforto.
Algumas pessoas se desesperam e chegam a tirar suas vidas.
Outras morrem por dentro, mesmo que apenas parcialmente.
A maioria gostaria que a vida fosse um filme em que podemos voltar atrás e mudar as coisas para ter um final feliz.
Mas, como disse Chaplin, a vida não permite ensaios. E nem podemos retroceder a "cena". O que está feito, está feito. Gravado para sempre na história de nossa vida. Só podemos mudar daqui em diante e, mesmo assim, algumas coisas não podem ser mudadas.
Isso é o que torna a vida tão singular, pois, ao que parece, não temos garantia de nada e, de repente, tudo pode mudar sem nosso mínimo controle.
Pode ser lugar comum, mas quando isso aconteceu em minha vida não enxerguei outra opção senão buscar consolo nas palavras que Jesus nos deixou nos Evangelhos. Me pareceu que algo errado eu fiz, pois Deus é justo e ninguém sofre por acaso. O que me restou? Buscar mudar o que eu pude e aceitar o que não me foi possível, passando a atentar mais para os meus erros até então ocultos, valorizando um comportamento mais correto, justo, caridoso com as outras pessoas, pois se eu sofro muitas outras pessoas podem estar sofrendo também e eu não me preocupava muito com isso.
Então, a dor e o sofrimento nos tornam mais humanos, mais conscientes. Às vezes, a dor serve para nos despertar de um "estado automático" em que estávamos e nem sabíamos. Se for encarada como uma possibilidade de aperfeiçoamento, a dor pode educar, engrandecer nossa alma e nos fazer ter mais fé em Deus, pois Ele não permite nada para o nosso mal, mesmo quando necessitamos de uma corrigenda ou outra.
A vida é aprendizado e evolução. Algumas vezes podemos aprender pelo amor, outras pela dor. Se não atentamos para os detalhes, a dor vai nos mostrar onde precisamos melhorar.
Mesmo se houver uma perda importante, que parece sem razão, uma tragédia sem sentido, aquilo não é punição alguma, só um fato a ser vivenciado, aprendido, talvez até mesmo para aprendermos a valorizar mais a convivência com as pessoas. Deus sabe o que é melhor para nós; não duvidemos disso.
Nessas horas, o ateu sofre mais. Vai precisar de um refúgio na caridade alheia, pois não acredita que as coisas estão em ordem e que há um Criador que controla cada milímetro do Universo.
Mesmo se Deus não existisse, o que digo apenas para argumentar, ainda assim eu preferiria acreditar que Ele existe e que eu devo ser melhor do que sou, devo ser uma pessoa melhor ao lidar com os meus semelhantes e com todos os seres que habitam o mundo. Porque, se no final Deus não existir e nem houver vida após a vida, pelo menos eu terei sido uma pessoa melhor do que eu podia ser se não acreditasse em Deus.
E essa fé em que as coisas estão em equilíbrio nos ajuda a passar pelas "pedras" do caminho, a vencer a dor e a aprender com ela, nos tornando pessoas melhores.
É certo que, se fosse possível escolher, ninguém ia querer aprender através da dor. Mas às vezes é só o que nos resta.
Jesus disse: "Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. – Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. – Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus." (S. MATEUS, 5:4, 6 e 10.).
Sabia Ele que o sofrimento acaba conduzindo a um estado melhor. Através dele o ser vai se "lapidando", caminhando para a perfeição.
Se a dor nos atingir, saibamos enfrentá-la e aprender com ela. É sinal de que algo não vai bem e precisamos aprender algo mais. Aceitemos com fé em Deus e no Nosso Mestre Jesus e aprendamos a lição, lutando para vencermos o desânimo e a revolta e para vencermos o desafio que nossa vida nos impõe, muitas vezes por nossa própria escolha.
Deus não abandona seus filhos. Não sofreremos mais do que podemos aguentar e nem menos do que a lição reclama.
E saibamos lutar para vencer a dor e a dificuldade, não nos entregando à passividade e à aceitação quando a vida reclama nossos esforços. Enfrentar um sofrimento não quer dizer aceitar sem lutar pelo melhor possível. Aceitar quer dizer compreender que há coisas que não poderemos mudar. Mas devemos melhorar e mudar aquilo que estiver ao nosso alcance, pois certamente Nosso Pai não quer ver seus filhos passíveis, sem lutar pela felicidade alcançável, aquela que só depende do esforço de cada um.
Não pensemos que ser Cristão e Espírita é aceitar tudo sem "luta". Não é. Devemos trabalhar e batalhar por nossa felicidade onde estivermos. Aquilo que não pudermos mudar através do nosso esforço deve ser aceito como um fato consolidado de aprendizado necessário. Mas o resto reclama nossa luta, nosso trabalho para melhorar, evoluir e aprender. A ordem da vida é o amor, mas também é o trabalho e o esforço de cada ser.
Confiando em Deus, seguindo o que Jesus nos ensinou, aceitando os acontecimentos que não podemos mudar e lutando para vencer cada dificuldade que se nos apresenta em nossas vidas, alcançaremos, um dia, um estágio evolutivo, mais próximos de Deus, em que só aprenderemos através do amor e do trabalho, sem o "remédio amargo" da dor.
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